Greve de ônibus no Rio prejudica passageiros no aniversário da cidade
Uma greve de ônibus no Rio de Janeiro prejudica cerca de 3.000 passageiros por hora na manhã desta sexta-feira, quando a cidade comemora 448 anos.
Com greve de ônibus, metrô do Rio aumenta circulação de trens
A paralisação atinge, segundo a Fetranspor (Federação de Empresas de Transporte de Passageiros do Rio), principalmente a zona oeste da cidade. A zona norte e sul também apresentam problemas.
Uma motorista ficou ferida quando um ônibus foi apedrejado por manifestantes na saída da garagem de uma das empresas. De acordo com a gerente da Fetranspor, Suzy Balloussier, 60 ônibus das viações Jabour e Pégaso foram depredados na zona oeste. Eles foram apedrejados, durante a madrugada, por rodoviários que fazem piquete na porta das empresas.
Motoristas que tentaram sair com os ônibus das garagens foram agredidos. Ainda não há informações sobre o estado de saúde das vítimas. A Fetranspor vai divulgar um balanço da greve ainda nesta manhã. A Polícia Militar reforçou o policiamento nas portas das garagens das empresas para evitar tumultos e depredações.
Passageiros lotam os pontos de ônibus. Em algumas regiões, eles esperam até duas horas pelo transporte. O trânsito também é complicado em algumas regiões.
Os rodoviários dizem que a paralisação de 24 horas foi organizada porque a categoria não aceita a proposta de reajuste oferecida pela Rio Ônibus (sindicato das empresas de ônibus do Rio).
De acordo com o presidente do Sintraturb-Rio, José Carlos Sacramento de Santana, a greve teve a adesão de 90% da categoria no início da manhã. Foi preciso pedir que os motoristas fossem trabalhar para que o número de ônibus circulando chegasse a 30% da frota. As empresas Tijuquinha e Redentor, no entanto, informaram que colocaram em circulação mais de 50% da frota.
Já a Rio Ônibus diz que pedirá ao Tribunal Regional do Trabalho que julgue a legalidade da paralisação, que classifica de abusiva por não respeitar o percentual mínimo de 30% dos ônibus circulando.
A prefeitura afirma que a cidade tem 40 mil rodoviários e 8.800 ônibus que transportam mais de 3,2 milhões de pessoas por dia.
REIVINDICAÇÕES
Santana, do sindicato dos trabalhadores, explica que os motoristas reivindicam piso salarial de R$ 2.000 e 15% de aumento salarial, além de direito a plano de saúde, vale-refeição e aumento da cesta básica. Outro pedido do sindicato é o fim da dupla função de cobrar e dirigir.
Segundo José Carlos, a Rio Ônibus concedeu unilateralmente 8% de aumento, apesar do pedido de 15%. Já a Rio Ônibus diz que sempre esteve aberta à negociação e que além dos 8%, serão dados mais 2% em junho. O sindicato das empresas argumenta que motoristas de micro-ônibus receberam 40% de aumento, e que os dos ônibus articulados ganharam 20%, além dos 8% da categoria.
Ao meio-dia desta sexta-feira, o Sintraturb-Rio realizará nova assembleia para discutir os resultados da greve e sua possível suspensão antes do tempo, já que estava prevista para durar 24 horas.
Passageiros reclamaram com a Folha que motoristas de vans que circulam pela cidade se aproveitam da greve dos rodoviários para aumentar o valor da tarifa. O preço da passagem aumentou de R$ 7 para R$ 15.
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