Só 11% dos médicos vindos de Cuba têm chancela do governo, aponta CFM
Um dia após o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) anunciar que o governo estuda a entrada no país de 6.000 médicos cubanos, o CFM (Conselho Federal de Medicina) classificou a medida de eleitoreira e questionou a qualidade da formação desses médicos.
Brasil discute ingresso de 6.000 médicos cubanos no país
"Não somos contra o exercício do médico formado no exterior, mas ele precisa ser avaliado por programas como o instituído pelo próprio governo, o Revalida", disse Carlos Vital, 1ª vice-presidente do conselho.
No Revalida (programa oficial de revalidações de diplomas) de 2012, apenas 11% dos médicos formados em Cuba foram aprovados e tiveram os diplomas revalidados. Ou seja, dos 182 inscritos (majoritariamente brasileiros formados no exterior) apenas 20 foram aprovados.
Apesar de baixo, o percentual está acima da média. Em 2012, a taxa de aprovação no Revalida foi de 8,7%.
O CFM ainda questiona a eficácia da política, já que dados levantados pela entidade mostram que, historicamente, os médicos com diplomas revalidados se concentram nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
"É uma política feita próximo a um processo eleitoral (...) Não há outra explicação, até porque é [um preenchimento] temporário. Os médicos não ficam no interior", argumentou Vital.
O CFM defende a criação de carreiras de Estado para médicos, além de outras formas de melhor distribuir os profissionais pelo país.
MINISTRO
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) defendeu, nesta terça, a possibilidade da entrada de médicos formados no exterior.
"Eu, como ministro da Saúde, não vou ficar vendo a situação de, por exemplo, Espanha e Portugal, que têm médicos de muita qualidade, que falam português, que têm qualidade no atendimento e que vivem hoje uma situação de 30% de desemprego. Não vou ficar vendo a situação de Espanha e Portugal sem pensar em possibilidades de intercâmbio", disse o ministro em evento em Brasília.
Padilha rejeitou o argumento do CFM de que não faltam médicos no Brasil e afirmou que o assunto não pode ser "tabu".
O ministro também adiantou propostas que já foram rejeitadas. "Descartamos qualquer proposta de validação automática de diploma. E descartamos política de atração de médicos de países que têm menos médicos que o Brasil, como Bolívia e Paraguai."
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