Mais 4 são presos em investigação sobre adulteração de leite no RS
Quatro pessoas foram presas desde a noite desta terça-feira (21) no Rio Grande do Sul em um desdobramento das investigações do Ministério Público sobre adulteração de leite in natura no Estado.
As prisões apontam para a existência de núcleos independentes de fraudes em mais dois municípios do interior gaúcho: Rondinha e Boa Vista do Buricá, que se somam a Horizontina, Guaporé e Ibirubá, revelados na primeira fase da operação, deflagrada no último dia 8.
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Segundo a Promotoria, os problemas não se davam na produção, mas na fase de transporte. Empresas gaúchas de transporte de leite adulteravam o leite cru entregue para a indústria.
Uma das formas de adulteração se dava pela adição de substância semelhante à ureia e que possui formol em sua composição. Com isso, os transportadores elevavam o aumento de leite transportado, e, consequentemente, os lucros --em até 10% a mais que os 7% já pagos pela indústria sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro.
Na operação desta quarta-feira, dois empresários do transporte de leite e um funcionário foram detidos em Rondinha. Em Horizontina, um empresário e vereador foi preso na noite de terça (21) --a Promotoria diz ter indícios de que ele planejava deixar o país.
Um transportador de Boa Vista do Buricá teve o pedido de prisão negado pela Justiça --com ele foi encontrada uma anotação com a suposta fórmula usada para adulteração do leite.
Houve ainda apreensão de quatro caminhões utilizados para transporte de leite, de notas fiscais que comprovariam a compra de ureia e de planilhas com dados do suposto esquema.
Apenas na cidade de Rondinha, laudos produzidos entre fevereiro e março deste ano pelo Ministério da Agricultura, que participa da operação com a Promotoria gaúcha, confirmaram a presença de formol no leite cru, somando 113 mil litros impróprios para consumo da população.
Todo o produto tinha como destino a Confepar, uma união de cooperativas agropecuárias do norte do Paraná, que também será investigada.
Segundo o promotor Mauro Rockenbach, não há condições de levantar a quantidade de leite adulterado consumido pela população.
A adulteração do leite é enquadrada como crime de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos alimentícios, que prevê pena de quatro a oito anos de prisão.
A adição de água para aumentar o volume do leite gera perda nutricional, compensada pela adição da ureia --produto que contém formol na composição e é considerado cancerígeno.
A fraude, diz a Promotoria, foi comprovada através de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar presença de formol, que persiste no produto final mesmo após os processos de pasteurização.
Veja, abaixo, dados da apreensão de leite cru no Rio Grande do Sul.
Cidade | Identificação | Caminhões | Volume de Leite Cru Total | Volume de Leite Cru positivo para formol e Ureia | Volume de Leite em pó Condenado |
---|---|---|---|---|---|
Guaporé | Empresa LTV SIF 1363 | 6 | 108.00 | ||
Selbach | Empresa Marasca SIF 848 | 3 | 90.000 | 20.825 | 2.125 |
Crissiumal | Empresa Líder SIF 1865 | 4 | 120.000 | 7.500 | 4.100 |
Total | 13 | 318.000 | 28.325 | 6.225 |
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