Baixada Santista bate recorde de casos de dengue
A Baixada Santista bateu o recorde histórico de casos de dengue neste ano. A região registrou 25,8 mil pessoas infectadas do início de 2013 até a última segunda-feira (20), atingindo o maior número desde 1990, quando começou o controle estatístico.
O quadro superou 2010, que até então era o pior ano, com 25,3 mil casos da doença (veja quadro abaixo).
Os dados foram coletados com as prefeituras, que apontam a incidência do vírus tipo 4 da doença como principal fator para a epidemia. O tipo 4 não é considerado o mais agressivo, mas preocupa porque boa parte da população não tem imunidade contra esse vírus.
Até esta quarta-feira (22), haviam sido confirmadas 11 mortes em virtude da doença, sendo cinco em Santos, três em Cubatão, duas em São Vicente e uma em Guarujá. Outros cinco casos aguardam confirmação do Instituto Adolfo Lutz. Em 2010, 71 pessoas morreram em virtude da doença.
O número de casos de dengue na Baixada Santista é superior à metade de todas as ocorrências no Estado. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, 42,4 mil pessoas foram infectadas em todo o território paulista este ano.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo registrou 12 mortes até o dia 4 de abril. As mortes ocorreram em cidades de Bauru, Presidente Prudente, Sorocaba, São José do Rio Preto, Taubaté, Registro e também na Baixada Santista.
Os dados da secretaria não estão atualizados porque, de acordo com a própria Saúde, o levantamento é feito com os dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde. "É importante lembrar que são os próprios municípios que alimentam o sistema e que têm um prazo de três meses para a atualização dos casos", explica a pasta.
Sete das nove cidades da região sofrem com a epidemia: Santos, São Vicente, Praia Grande, Cubatão, Guarujá, Bertioga e Peruíbe. Apenas Mongaguá e Itanhaém mantêm um índice de infecção menor.
Santos é a cidade com a situação mais delicada. Desde o início do ano, 9.128 casos de dengue foram confirmados. Em Cubatão, 4.284 pessoas estão com a doença e, em São Vicente, 2.304.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS
O infectologista Marcos Montani Caseiro, da Secretaria Municipal de Saúde de Santos, aponta o surgimento do vírus tipo 4 como um fator importante para o aumento assustador dos casos na Baixada Santista.
"Não há uma resistência da população a este vírus, o que faz com que todos estejam vulneráveis."
O médico comenta que, nos próximos anos, o número de casos deve cair. "A preocupação deve ser maior com as crianças, que não foram expostas a este vírus em 2013."
Os fatores climáticos também são apontados como um fator que colaborou para a escalada de casos neste ano.
"Santos, por exemplo, é uma cidade muito quente e muito úmida. Isso facilita a proliferação dos vetores".
INTERIOR
Assim como no litoral, o interior do Estado também tem registrado centenas de casos da doença. Pelo menos 55 cidades do interior de São Paulo já enfrentam epidemia de dengue neste ano. A concentração de casos ocorre nas regiões de São José do Rio Preto (438 km de São Paulo) e Ribeirão Preto (313 km de SP).
Assim como na Baixada Santista, a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto aponta a proliferação do tipo 4 da doença como responsável pelo número de casos. A estimativa é que 9 em cada 10 registros sejam desse sorotipo.
Silva Junior/Folhapress | ||
Funcionário faz nebolização em Ribeirão Preto para tentar coibir a proliferação do mosquito transmissor da dengue |
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