Dentista queimado no interior é transferido para hospital da capital paulista
O dentista Alexandre Peçanha Gaddy, 41, que teve 60% do corpo queimado enquanto estava em seu consultório na segunda-feira (27), em São José dos Campos (a 97 km de SP), foi transferido para o hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Gaddy estava internado em estado grave da Santa Casa São José dos Campos. Ele foi transferido para a capital paulista na noite de ontem. Segundo a assessoria do hospital Albert Einstein, ele está na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e continua em estado crítico e sem previsão de alta.
A polícia já apreendeu o celular do dentista para saber com quem ele falou na última segunda-feira (27). A intenção da polícia é descobrir com quem a vítima falou no dia do crime. Como nada foi levado do consultório de Gaddy, a polícia investiga se ele foi mesmo vítima de um assalto.
Uma testemunha que encontrou Gaddy queimado disse, em depoimento à polícia, que o profissional contou que os ladrões se irritaram após ele ter sacado um celular do bolso e, por isso, atearam fogo nele. De acordo com o delegado Leon Ribeiro, a testemunha --uma mulher que não quer ser identificada-- conversou com o dentista enquanto aguardava o socorro.
A polícia também já obteve as imagens de uma câmera do COI (Centro de Operações Integradas), da prefeitura, e está trabalhando para melhorá-las, a fim de usá-las na identificação de possíveis suspeitos.
A principal linha de investigação da polícia é a de tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte). Nada foi levado do consultório, mas uma hipótese dos policiais é que os ladrões tenham saído às pressas após Gaddy começar a gritar. A polícia não descarta tentativa de homício, crime passional e até tentativa de suicídio.
Policiais do DHPP (departamento de homicídios) da capital estiveram em São José dos Campos para ajudar nas investigações. Nenhuma possibilidade foi descartada: vingança, crime passional, latrocínio ou até tentativa de suicídio.
Reprodução/Facebook | ||
Dentista Alexandre Peçanha Gaddy, que teve cerca de 60% do corpo queimado durante assalto a seu consultório no interior de SP |
CASO
Por volta das 21h de segunda-feira (27), Gaddy, 41, estava sozinho no consultório, após o expediente, quando os criminosos entraram. Segundo a versão apresentada por uma testemunha, eles teriam levado Gaddy ao banheiro, amarrado o dentista em uma cadeira e ateado fogo.
No banheiro, a polícia encontrou uma garrafa de álcool vazia e um isqueiro, além de documentos e cartões do dentista queimados no lixo. A secretária do consultório também já foi ouvida pela polícia. Ela contou que saiu do trabalho às 17h30 e que o álcool usado na ação era do próprio consultório.
De acordo com a polícia, nada foi roubado do dentista e não houve saques nas contas de Gaddy. Um cartão de crédito foi achado no jaleco do dentista e outros cartões bancários estavam queimados.
OUTRO CASO
Esse é o segundo caso neste ano em que criminosos ateiam fogo em dentistas após tentativas de assalto a consultórios no Estado de São Paulo.
No dia 25 de abril, a dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza foi morta no consultório dela, na rua Copacabana, Jardim Anchieta, em São Bernardo do Campo (Grande SP). Ela também teve o corpo incendiado com álcool. A vítima morreu no local. Segundo a polícia, ela foi morta pois tinha apenas R$ 30 na conta bancária.
Os quatro criminosos foram presos na mesma semana que ocorreu o crime. Entre os assaltantes estava um adolescente de 17 anos que confessou à polícia ter ateado fogo na vítima.
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