Onda do 'crime da marcha a ré' atinge lojas em Campinas
Um tipo de crime que já foi moda em São Paulo "migrou" para Campinas (a 97 km da capital) e região: bandidos usam carros roubados para bater de ré em portas e vitrines de lojas e roubar produtos de fácil receptação e comercialização, como celulares, notebooks e TVs.
A polícia afirma não ter um levantamento sobre o número de ocorrências do tipo na região. No entanto, de acordo com a imprensa local, já foram pelo menos 26 casos neste ano.
Após ter a loja assaltada duas vezes em dois fins de semana seguidos de abril, as Casas Bahia no centro da cidade reagiu: instalou seis barras de ferro amarelas, de 50 cm de altura cada uma, em frente a duas de suas portas.
A loja ocupa metade de um quarteirão e tem 13 saídas para a rua, mas as barras foram instaladas apenas em frente às portas que dão acesso aos celulares e notebooks.
Desde que a proteção foi instalada, em maio, a loja não foi mais furtada.
Outra loja de eletroeletrônicos no centro foi atacado de madrugada na semana passada. Os criminosos levaram TVs de plasma, videogame e caixas de som. O prejuízo só não foi maior, segundo um funcionário, porque os produtos mais caros são guardados em um cofre durante a noite.
A loja, que não tem câmeras de segurança, está passando por reformas --que, após o assalto, vai incluir também a instalação de grades internas de ferro.
Lucas Sampaio/Folhapress | ||
Barras de ferro instaladas em frente a loja no centro de Campinas; ideia é dificultar a ação dos criminosos |
IMPOTÊNCIA
Para a presidente da Acic (Associação Comercial e Industrial de Campinas), Adriana Flosi, esse tipo de crime expõe vulnerabilidade e traz sentimento de impotência.
"É constrangedor. Não dá para se defender."
Ela se reuniu na semana passada com as polícias Civil e Militar e com o secretário de Segurança Pública do município, Luiz Augusto Baggio, para discutir o problema.
INVESTIGAÇÃO
Segundo o delegado titular do 1º DP de Campinas, José Carlos da Silva, as apurações levaram a pedidos de prisões e de mandados de busca e apreensão --ainda não expedidos pela Justiça.
"Não é muito o que eles levam. São cerca de R$ 30 mil em cada ação", afirma.
Ele diz que as ações são rápidas --cerca de cinco minutos-- e a principal dificuldade da polícia é que as câmeras de vigilância têm imagens de péssima qualidade.
Para o secretário municipal de Segurança Pública, os crimes são incidentes isolados e o problema está na receptação. "É preciso pegar quem recebe os produtos."
Baggio diz que a busca dos lojistas por estruturas de segurança é um "problema sério", mas entende a atitude. "Roubo em loja não é novidade. É a forma como se faz."
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