Após protestos, Renan diz que Congresso deve ser aberto à população
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira que o Congresso vai responder com "mais democracia" se novas manifestações forem realizadas nos arredores ou dependências do órgão. Renan afirmou que o Congresso, como "Casa do povo", tem que ficar aberto à população --mesmo que haja riscos de invasão à sede do Legislativo.
"O Congresso pode concretizar muito do sentimento que está sendo recolhido das ruas. É papel do Congresso como Casa do povo, representação da sociedade. Se houver excesso de democracia, mais democracia. É a única coisa que podemos recomendar e é isso que eu recomendei ontem à Polícia Legislativa", afirmou.
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Durante manifestação realizada ontem no Congresso, que resultou na ocupação das cúpulas da Câmara e do Senado, Renan determinou que a polícia não usasse a força para retirar os manifestantes do local. Segundo o parlamentar, os brasileiros estão no seu legítimo direito de manifestar descontentamento com práticas adotadas no país.
"A seleção brasileira não entra mais no campo com a camisa, ela tem que jogar. O Brasil mudou, melhorou a vida das pessoas e as pessoas hoje querem mais. Esse é um legítimo direito
que precisa ser respeitado. E o Congresso, como Casa da federação, ele tem que materializar, dar consequência a esses direitos que a sociedade está cobrando."
Seguindo Renan, o Congresso precisa interpretar o sentimento das manifestações e dar "rápidas respostas" à sociedade. "O Congresso tem feito a sua parte, é a Casa do povo, representação da sociedade e vai procurar agir como tal", disse.
Ao contrário de Renan, o presidente interino da Câmara, André Vargas (PT-PR), permitiu que a polícia ingressasse nas dependências da Casa para conter eventuais invasões. Renan orientou a Polícia do Senado a apenas acompanhar a manifestação, sem repressões ao grupo.
DANOS
A manifestação em frente ao Congresso e nas dependências do Legislativo causaram prejuízos ao Senado. Foram destruídas placas de mármore no piso do teto do edifício principal, além de realizadas pichações no local, e danos a quatro refletores que iluminam a cúpula do Senado.
Segundo a instituição, também houve danos no sistema de irrigação do jardim em frente ao Congresso, em placas de sinalizações, um dos vidros da entrada principal do Congresso foi trincado e dois veículos S10 foram atingidos por pedras em suas laterais.
O Senado não divulgou o valor total do prejuízo. Segundo a Polícia Legislativa, também não haverá reforço na segurança diária do prédio --apenas a ampliação do número de policiais futuras manifestações.
Na Câmara, também houve pichação na cúpula que representa a Casa, vidros de salas quebrados, assim como mármores da laje e da rampa de acesso ao prédio. A danificação não terá custos para a Câmara porque os vidros da sala da Vice-Presidência e da Secretaria-Geral da Presidência e os mármores têm substituições em estoque.
Nesta manhã, servidores já removeram a pichação e substituíram os vidros e os mármores.
Presidente da Câmara em exercício, o deputado André Vargas (PT-PR) descartou pedir reforço policial mesmo com a indicação de novos protestos durante a semana. A segurança da área no entorno do Congresso é de responsabilidade da Polícia Militar do Distrito Federal.
Ontem, Vargas negociou a operação com o Governo do Distrito Federal. Segundo dados da PM, a manifestação levou cerca de 10.000 pessoas para o Congresso.
CONFRONTO
Ontem, durante o maior protestos dos últimos tempos, policiais do Batalhão de Choque entraram em confronto com um grupo de cerca de 300 manifestantes após a invasão do prédio da Assembleia Legislativa do Rio. Ao menos, oito pessoas foram detidas.
A invasão da Alerj aconteceu por volta das 23h e durou alguns minutos, até a chegada da Tropa de Choque. Os policiais chegaram às 23h15 em vinte carros e um blindado, o chamado caveirão, e atiraram várias bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes, que correram em direção à Candelária.
O ato tinha começado pacificamente seis horas antes, reunindo 100 mil pessoas. Antes da invasão, um grupo de 80 policiais, sendo vinte deles feridos, chegou a ficar encurralado pelos manifestantes no prédio da Alerj.
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