Serra defende protestos e diz que Haddad descumpre promessas
O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) usou seu Twitter para manifestar apoio aos atos que tomaram conta das principais cidades brasileiras na noite de ontem e criticar o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), por "descumprir promessas de campanha". Na eleição do ano passado, o petista derrotou o tucano no segundo turno.
"Os jovens foram às ruas em todo o país e suas demandas devem ser ouvidas. Há uma minoria baderneira, mas a maioria é pacífica", escreveu. "O protesto é nacional, difuso e inusitado. Isso revela a frustração coletiva de quem cresceu vendo promessas descumpridas."
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Ao nacionalizar os atos, Serra segue a mesma linha adotada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que, em nota divulgada pelo Palácio dos Bandeirantes nesta terça-feira, afirmou que "ficou clara a dimensão nacional dos movimentos", numa tentativa de tirar sua gestão do foco dos protestos.
"Aqui em São Paulo, promessas de campanha, como baratear tarifas e fazer o bilhete único mensal, mostraram-se verdadeiras farsas", disse Serra, numa referência a Haddad. "Em todo o país, além dos pleitos locais específicos, há desesperança e saturação. Os jovens estão certos, é preciso mudar o Brasil", concluiu.
PROTESTOS
Os protestos contra as tarifas do transporte público se espalharam por várias capitais do país e reuniu ao menos 215 mil pessoas ontem. Em algumas cidades houve registro de atos de violência.
Os atos reuniram a maior quantidade de manifestantes desde a mobilização dos caras-pintadas pelo impeachment do presidente Fernando Collor, em 1992. Embora tenha havido atos que concentraram mais gente desde então, não tinham esse caráter de protesto.
As manifestações de ontem carregaram diversas bandeiras além de questionar as tarifas do transporte coletivo ---da ética na política a investimentos em saúde e contra gastos da Copa de 2014. Muitos políticos foram alvos de repúdio, como a presidente Dilma Rousseff (PT), os governadores Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT-SP).
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