'Ele achou que era o dia dele', diz delegado sobre jovem que apedrejou Prefeitura de SP
O delegado do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado), Antônio de Olim, disse que Pierre Ramon Alves de Oliveira, 20, insuflou os outros manifestantes para que apedrejassem a prefeitura.
"Ele é arrogante. Estava na manifestação, todo fortinho, lutador de jiu-jitsu. Achou que era o dia dele e começou a quebrar tudo", disse Olim. De acordo com o policial, ele machucou guardas após atirar pedras.
Oliveira se entregou num posto de gasolina na marginal Tietê, na região do Pari. Ele estava na área junto com o pai, fazendo uma entrega de máquinas --pai e filho trabalham na pequena empresa familiar de entregas.
Ao se entregar, o jovem tinha manchas de graxa na camisa, consequência do trabalho. Ele decidiu fazer isso depois que policiais foram até a casa de Oliveira e conversaram com a mãe dele.
Desesperada, ela ligou para o filho, que decidiu parar no posto após conversar por telefone com um dos policiais. Pierre Ramon Alves de Oliveira nasceu em Garanhuns (PE). Segundo o advogado dele, Gerson Belani, ele chorou ao depor.
"Eu atirei pedra depois que os guardas jogaram spray de pimenta no rosto das pessoas. Fiquei revoltado", disse Oliveira, segundo seu advogado Gerson Belani.
Segundo o defensor, ele se arrependeu depois que viu a quantidade de jornalistas que fotografavam e filmavam a cena. Ainda não há decisão sobre o pedido de prisão de Oliveira.
Joel Silva/Folhapress | ||
Manifestante Pierre Ramon usa grade para quebrar os vidros da prefeitura |
Vestido com uma camisa branca, ele usava uma máscara que protege dos efeitos de gás lacrimogêneo no momento do protesto. Porém, ele abaixou a máscara várias vezes, mostrando o rosto. Ramon não foi, porém, o primeiro a atacar a prefeitura. A Folha estava no local no momento do ato e entrevistou alguns dos agressores. Vários jovens começaram a atirar pedras ao mesmo tempo. Ramon usou uma barreira metálica para quebrar vidros da entrada.
O protesto de ontem começou de forma pacífica na praça da Sé, mas um grupo mais exaltado atravessou a grades que faziam o isolamento na frente da prefeitura e atiraram objetos contra os guardas-civis que faziam um cordão na frente do prédio. Ao menos dois guardas ficaram feridos.
Houve ainda pichações ao prédio da prefeitura e bandeiras hasteadas na frente do prédio foram arrancadas. Mais tarde, um grupo de pessoas ainda depredou e saqueou lojas da região central. Até a madrugada, ao menos, 63 pessoas tinham sido detidas.
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