Ato em Belo Horizonte reúne 66 mil e acaba com feridos, depredação e furtos
O entorno do estádio Mineirão, em Belo Horizonte, onde Japão e México se enfrentaram pela Copa das Confederações, transformou-se no cenário dos confrontos mais violentos neste sábado em todo o país. Segundo a polícia, 66 mil manifestantes foram às ruas.
Às 21h57, a PM divulgou nota em que diz que está "sendo obrigada a usar a força para reprimir a atuação de aproximadamente 500 marginais" que vandalizam lojas e estabelecimentos públicos.
A multidão marchou do centro da capital até a Pampulha sem registrar incidentes, até que um grupo tentou furar o bloqueio e chegar ao Mineirão, por volta das 16h, horário do início do jogo.
Pedras e fogos de artifício foram lançados --uma pedra feriu o rosto de um policial. Objetos arremessados, como bolas de sinuca, chegaram a rachar alguns escudos utilizados por policiais.
O cordão de isolamento, composto por Tropa de Choque e Cavalaria da PM, com reforço da Força Nacional, respondeu com bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e spray de pimenta.
Foi o início de um confronto que durou quase três horas nas vias do entorno, resultando em depredações, ao menos um detido e 12 manifestantes feridos atendidos no hospital Risoleta Neves.
Dois dos feridos caíram do viaduto José Alencar, onde um acidente igual ocorreu no ato anterior. Quatro estavam em estado grave, incluindo os dois que sofreram a queda e uma mulher atingida por bala de borracha no rosto.
Entre os policiais, o saldo foi de cinco feridos, segundo o coronel Alberto Luiz. "A PM não desejava confronto. Para o próximo jogo no Mineirão [no dia 26, com a seleção brasileira], estamos preparados com 2.500 homens para atuar no estádio e mais 11 mil para serem acionados", disse.
Segundo nota do comando da PM, "um expressivo grupo de vândalos se infiltrou no meio dos manifestantes" e atirou "uma grande quantidade de bombas caseiras".
Ao menos seis concessionárias e três agências bancárias foram depredadas ao longo da avenida Antonio Carlos, uma das principais da cidade. Uma loja da Hyundai foi invadida e teve computadores furtados. Por precaução, as concessionárias da região já haviam retirado os carros das vitrines mais cedo.
Torcedores estrangeiros que saíam a pé do estádio filmavam o rastro de destruição.
Um trator utilizado nas obras do BRT (sistema de transporte rápido por ônibus, o "Bus Rapid Transit") foi incendiado. As telas que cercam a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) foram cortadas. A Força Nacional agora faz a segurança do câmpus.
Ao longo do dia, três rodovias em Minas foram bloqueadas por manifestantes. A BR-040 permanecia fechada em dois pontos até por volta das 19h30, em Sete Lagoas e em Paraopeba, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
Na nota em que divulgou que está combatendo a ação de 500 vândalos, a polícia mineira também diz que "o espírito da corporação tem sido sempre o de evitar o confronto, mas também o de não permitir o vandalismo e a subversão da ordem pública e da paz social."
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