Tarifas do transporte público voltam hoje a custar R$ 3 em São Paulo
O preço das passagens dos ônibus, trens e metrô voltam a custar R$ 3 hoje em São Paulo. A redução, de R$ 0,20, havia sido anunciada na última quarta-feira (19) pelo prefeito Fernado Haddad (PT) e pelo governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), após uma série de protestos contra o valor da tarifa.
A integração pelo Bilhete Único também voltou ao valor de R$ 4,65, mesmo para quem carregou o cartão após o aumento.
Na oportunidade do anúncio, Alckmin disse que o retorno da tarifa para R$ 3 representa um "esforço" e acrescentou que serão cortados investimentos para que a mudança seja possível. Já o prefeito afirmou que "investimentos serão comprometidos" por conta disso.
PROTESTOS
A escalada de protestos pelo país ganhou força a partir do último dia 6 em São Paulo, quando o Passe Livre levou 2.000 pessoas às ruas contra o aumento da passagem de R$ 3 para R$ 3,20.
Treze dias depois, já com a adesão dos protestos em pelo menos 12 Estados, São Paulo, Rio de Janeiro e outras seis capitais reduziram as tarifas.
As reduções foram anunciadas no dia 19, quando os protestos já reuniam 215 mil pessoas em todo o país. Semana passada, mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas.
"Conquistamos a reivindicação e, no momento, não faremos mais protestos. Vamos agora discutir para conquistar nosso principal objetivo, que é a tarifa zero", disse pela manhã Erica de Oliveira, 22, integrante do MPL.
Desde segunda-feira passada, o grupo vinha mantendo diálogo com o prefeito Fernando Haddad (PT) e seus interlocutores para que a tarifa fosse reduzida.
No entanto, líderes do movimento e integrantes do governo negam qualquer acordo para encerrar as manifestações após a redução do valor das passagens de ônibus, trens e metrô, que voltarão a custar R$ 3 a partir de hoje.
Para secretários de Haddad, o Passe Livre optou pela suspensão também por causa do desgaste sofrido com a disseminação dos protestos violentos, que já causaram duas mortes --em Ribeirão Preto e Belém (PA).
Já o movimento diz que a violência só ocorreu onde houve repressão policial.
Erica admitiu que, embora o MPL tenha coletivos em outros Estados, as manifestações ultrapassaram a questão do transporte público e, com isso, não havia maneiras de controlar atos país afora.
Estados como Pará não contam com representantes do Passe Livre e mesmo assim houve protestos.
Rafael Siqueira, do Passe Livre, disse que houve invasão de grupos "neofascistas".
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