Bolivianos protestam no centro de SP por justiça no caso de menino morto
Cerca de 300 bolivianos realizam uma manifestação no cruzamento da rua Bresser com a rua Coimbra, no Brás, região central de São Paulo, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).
Eles pedem justiça no caso do boliviano Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos, que foi assassinado durante um assalto à sua casa na madrugada de ontem, em São Mateus, na zona leste de São Paulo.
A manifestação está bloqueando as vias em ambos os sentidos, mas não há registro de lentidão no trânsito dos arredores, de acordo com a companhia. A Polícia Militar também não registrou nenhum incidente na manifestação, que começou por volta das 18h.
REVOLTA
Esse é o segundo protesto da comunidade boliviana de São Paulo desde que pelo menos 200 bolivianos protestaram contra a morte de Brayan, em frente ao 49º DP (São Mateus).
Diante do prédio, o grupo exibia cartazes pedindo justiça e uma bandeira da Bolívia. Alguns manifestantes tentaram agredir suspeitos detidos para averiguação. Houve uma tentativa de invasão à delegacia.
Robson Ventura/Folhapress | ||
Bolivianos protestam contra o assassinato de menino boliviano de 5 anos, em frente ao 49º DP, em São Mateus, zona leste de SP |
O cônsul-geral da Bolívia, Jaime Valdívia, esteve no local e classificou o assassinato do menino como um crime hediondo. "Somos respeitosos às leis brasileiras. Queremos que a polícia encontre o criminoso.
ASSASSINATO
Segundo a polícia, seis assaltantes invadiram a casa quando um tio de Brayan estacionava, chegando de uma entrega de roupas. No imóvel moravam 11 bolivianos (quatro casais de costureiros e três crianças, incluindo Brayan).
Brayan, a mãe e o pai, Edberto Yanarico Quiuchaca, 28, foram levados para a parte de cima do sobrado. Os demais moradores ficaram no térreo, com parte dos ladrões.
A mãe de Brayan entregou R$ 3.500 aos ladrões. O cunhado dela, abordado na garagem, tinha mais R$ 1.000.
A mãe de Brayan, a costureira Veronica Capcha Mamani, 24, disse que os ladrões, insatisfeitos com os R$ 4.500 entregues, ameaçaram os moradores e se irritaram com o choro do menino. "Me ajoelhei, abraçada ao meu filho. Meu filho dizia 'não me mate, não mate minha mãe'. Mesmo assim, ele atirou", contou Veronica.
Antes, diz ela, o menino pediu: "Mãe, me esconde". O menino foi levado ao pronto-socorro do Hospital São Mateus pelos pais, mas não resistiu aos ferimentos.
A polícia deteve nove suspeitos para averiguação, mas cinco foram liberados. O secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Grella, disse que a polícia dará "prioridade absoluta" à investigação do caso.
Dos seis criminosos, cinco usavam capuzes. Dois deles portavam revólver e os outros, quatro facas. Eles fugiram após balear a criança.
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