Com palavras contra a Copa, grupo ocupa esquina da casa de Cabral
Cerca de 400 pessoas fazem desde às 18h um protesto na esquina da rua onde mora o governador Sérgio Cabral (PMDB), no Leblon, zona sul do Rio.
Muitos deles usam guardanapos amarrados na cabeça, em referência às imagens de um jantar em Paris, do qual o governador participou ao lado do empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta.
Gritando palavras de ordem como "não quero estádio, Copa do Mundo, quero cadeia para governo vagabundo", "é muita hipocrisia, não jogam bomba onde mora a burguesia" e "Cabral é ditador", além de vários xingamentos contra o governador e o prefeito Eduardo Paes, o grupo fechou a avenida Delfim Moreira, na orla do bairro.
Os manifestantes não entraram na rua do governador. Os acessos à rua estão fechados por policiais militares. As duas pistas da avenida Delfim Moreira e a avenida Niemeyer estão interditadas.
No local, a PM tem cerca de 30 policiais. A Folha apurou que mais 200 policiais estão de prontidão na sede do Batalhão do Leblon, cem deles do Batalhão de Choque e trinta motociclistas.
No meio dos protestos, jovens que estiveram acampados na esquina do governador até a madrugada de terça (2) identificaram Eduardo Oliveira, uma das cinco pessoas recebidas pelo governador como se fossem uma liderança do movimento.
Segundo os organizadores do acampamento, Oliveira não participara da ocupação. Houve um princípio de confusão e ele foi retirado do local por policiais militares.
"Todo mundo percebeu que ele era um infiltrado do Cabral. Aquela reunião foi uma farsa. Continuamos elaborando pautas concretas específicas para apresentar ao governador", disse Luiza Dreher, 22, estudante de comunicação e uma das responsáveis pelo acampamento.
Na madrugada de terça-feira (2), o grupo de manifestantes que havia onze dias acampava na esquina da casa do governador Sérgio Cabral foi expulso do local pela Polícia Militar.
O protesto de hoje foi marcado como uma reação à retirada do grupo.
Mais cedo, o governador Sérgio Cabral disse que manifestações "devem ser sempre respeitadas" mas que lamenta por achar que "a manifestação ao governador deve ser feita na porta do palácio, de maneira respeitosa".
"Tenho ficado em casa, mas é claro que há sempre uma preocupação dos meus filhos. Eu tenho filhos pequenos, tenho família, filhos grandes, a família fica preocupada... Na casa da pessoa? Mas não sou eu que vou julgar onde o manifestante tem que se manifestar. Desde que pacificamente serão sempre respeitados", disse.
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