Noite de conflitos entre manifestantes e a PM no Rio termina com 46 detidos
A noite de ontem no Rio, marcada por conflitos entre manifestantes e policiais, terminou com 46 detidos --nove em flagrante-- de acordo com a PM carioca. Um oficial foi ferido na cabeça por uma pedrada.
O conflito começou às 20h05, uma hora e 20 minutos depois de chegar ao Palácio Guanabara, sede do governo, em passeata desde o Largo do Machado (zona sul carioca). A confusão se iniciou após um grupo de manifestantes lançar fogos de artifício contra o prédio.
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Na primeira dispersão, os grupos se espalharam em direção à praça São Salvador e à praia de Botafogo. As bombas de gás lacrimogêneo empurraram manifestantes até o aterro do Flamengo.
Um grupo derrubou lixeiras e ateou fogo nos detritos na via. Na rua Presidente Carlos de Campos, moradores discutiram com manifestantes em razão das fogueiras que se formavam no local.
ANTES DO CONFLITO
A concentração da manifestação começou às 17h30 no Largo do Machado. O grupo chegou a cogitar mudar a rota para o Palácio Laranjeiras --residencial oficial do governador, mas não usada por Cabral-- porque havia menos policiais no local. Desistiram quando alguém lembrou que o local fica perto da sede do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
O grupo de cerca de 500 pessoas chegou no Palácio Guanabara às 18h45. Ali permaneceu gritando palavras de ordem por mais de uma hora. O número de manifestantes aumentou com a chegada de grupos anarquistas que estavam na manifestação do centro da cidade.
Não havia bandeiras de partidos nem de sindicatos --apenas uma do clube de futebol Bangu. Os manifestantes pediam a renúncia de Cabral.
Cercado por grades, policiais faziam a proteção do palácio. Um oficial pedia uma manifestação pacífica pelo megafone. Ele se dirigiu a um grupo menos exaltado da seguinte forma: "Quem está fazendo uma manifestação pacífica, nós [policiais] vamos apoiar sempre. Nos ajude a identificar baderneiros". A resposta foi imediata: "O baderneiro está aí dentro. Prende o Cabral!"
No palácio, além de policiais, cinegrafistas do governador filmavam a manifestação.
Manifestantes perseguiram três homens sob a alegação de que eram P-2 (policiais infiltrados à paisana). Uma dupla acusada era, na verdade, segurança de repórter da TV Globo. O terceiro, se refugiu dentro do Palácio Guanabara passando com facilidade pelo cordão de policiais militares.
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