Policiais são presos em SP sob suspeita de vender informações ao tráfico
Uma operação do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, que ocorre nesta segunda-feira, está buscando 13 pessoas suspeitas de vender informações a traficantes.
De acordo com a investigação, os criminosos obtinham com antecedência dados sobre operações de apreensão de drogas e blitze.
Até agora, a Secretaria da Segurança Pública confirmou a prisão de seis pessoas, mas ainda não informou quem são elas. Os policiais detidos deverão ser levados para o prédio da Corregedoria da Polícia Civil.
Ao menos seis investigados são policiais civis, dois deles delegados, que atuam no Denarc (departamento de narcóticos) e no 10º DP de Campinas.
O chefe do setor de inteligência do departamento, Clemente Castilhone Junior, está entre os seis policiais detidos. Ele é um dos homens de confiança do diretor do Denarc, Marco Antonio de Paula Santos.
A Folha apurou com policiais que participam da operação, que, além de Castilhone Junior, há um outro delegado que foi detido. O nome dele não foi divulgado.
As investigações começaram há quase seis meses. Um dos investigados é o traficante Wanderson Nilton Paula Lima, o Andinho. Ele foi condenado a mais de 600 anos de prisão por vários crimes e atualmente está na penitenciária 2 de Presidente Venceslau.
A principal suspeita é que os policiais tenham recebido dinheiro de traficantes de drogas para revelar que algumas operações aconteceriam. Dessa forma, os criminosos poderiam se precaver. Interceptações telefônicas feitas com autorização judicial flagraram policiais conversando com os traficantes.
Os investigadores, coordenados pelo Gaeco (grupo de promotores que investiga o crime organizado) de Campinas, também cumprem dois mandados de busca e apreensão no Denarc e em uma delegacia.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Civil não compactua com qualquer tipo de desvio ou pratica de ilícito por parte do policiais da instituição.
Se confirmadas as acusações que pesam contra os 13 policiais, eles serão responsabilizados nas esferas administrativa e criminal.
O advogado João Batista Augusto Júnior, defensor do delegado Castilhone, afirmou que seu cliente não tem envolvimento com os crimes que estão sendo investigado. No entanto, ele não teve acesso ao processo e não quis dar mais informações sobre o caso.
O diretor do Denarc não foi encontrado.
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