Policiais suspeitos de tortura têm prisão decretada no Paraná
Quatorze pessoas suspeitas de torturar suspeitos para que confessassem o estupro e a morte de uma adolescente tiveram a prisão decretada nesta quarta-feira (17), após decisão da Justiça do Paraná. Entre os acusados estão 11 policias. Até o início desta noite, duas delas já haviam se apresentado à polícia.
Além dos 11 policiais, também tiveram a prisão decretada um guarda municipal, um auxiliar de carceragem e um preso. Outros seis policiais civis que participaram das investigações do caso foram afastados.
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Reprodução/RPC TV |
Tayná da Silva, 14, foi estuprada e morta |
As agressões ocorreram durante as investigações da morte da adolescente Tayná Adriane da Silva, 14, ocorrida no final de junho em Colombo (na região metropolitana de Curitiba).
Na ocasião, quatro funcionários de um parque de diversões, com idades entre 22 e 25 anos, foram detidos pela polícia e, segundo os investigadores, confessaram o crime. O parque, que foi destruído por moradores após as prisões, ficava próximo à casa da adolescente e na mesma rua em que ela foi vista pela última vez.
Três dias após o indiciamento, um laudo de DNA apontou que o sêmen encontrado na garota não pertencia a nenhum dos detidos. Foi nesse momento que surgiu a denúncia de tortura.
Exames físicos comprovaram que os quatro foram agredidos por policiais. Os rapazes disseram que foram espancados, empalados, asfixiados com sacos plásticos e eletrocutados. Segundo eles, as torturas duraram vários dias, mesmo após a confissão.
Os quatro foram soltos na última segunda-feira (15), após permanecerem 18 dias presos. O Ministério Público diz que os indícios contra eles são "muito frágeis", mas ainda investiga se eles tiveram algum tipo de participação no crime.
Após as denúncias, novas investigações sobre a morte de Tayná foram instauradas e o caso recomeçou do zero. A polícia não tem divulgado informações sobre os suspeitos do crime.
A prisão preventiva decretada hoje foi solicitada pelo Ministério Público e pela Corregedoria da Polícia Civil do Paraná, a partir da identificação, pelos quatro suspeitos, de 15 pessoas. Uma delas não teve o pedido de prisão acatado pela Justiça e foi apenas afastada das funções policiais.
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