Polícia buscará imagens para tentar identificar quem ameaçou sociólogo da UFRJ
Policiais civis tentarão buscar imagens de câmeras instaladas ao longo do Aterro do Flamengo e no Centro do Rio para tentar identificar o grupo de homens encapuzados que praticaram um sequestro relâmpago e ameaçaram o sociólogo e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio) Paulo Baía.
De acordo com depoimento prestado na polícia e no Ministério Público estadual, Baía diz ter sido ameaçado para não opinar sobre as manifestações e a atuação da Polícia Militar. "Não dar mais nenhuma entrevista. Não falar da PMRJ. Pois se o fizer, será a última de minha vida", escreveu Baía em seu facebook.
Paulo Baía contou que, por volta das 7h30 de ontem (19) foi abordado numa passagem subterrânea, no Aterro do Flamengo, por dois homens encapuzados. Eles se disseram armados e levaram o sociólogo até um carro onde já havia outros dois homens, também com máscaras.
Colocado entre eles, Paulo Baía disse que percorreu o Aterro de carro até ser deixado em frente à Biblioteca Nacional, na Cinelândia, centro do Rio. Durante o percurso, os homens ameaçaram Baía e disseram ao parar o carro: "o recado está dado".
A ameaça é que morreria se voltasse a opinar sobre o tema das manifestações. O professor universitário havia dado uma entrevista sobre o tema ao jornal "O Globo", publicada ontem.
Paulo Baía retornou para casa e entrou em contato com o Ministério Público. À tarde foi recebido pelo procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira e pelo procurador responsável pela área de Direitos Humanos e Terceiro Setor, Ertulei Matos. De lá, foi encaminhado para uma conversa com a Chefe de Polícia Civil, a delegada Martha Rocha.
O professor relatou toda essa experiência em sua página no facebook. Logo depois, alunos, professores e amigos postaram uma série de mensagens de solidariedade.
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