São Paulo pede 158 médicos a programa do Ministério da Saúde
O município de São Paulo pediu 158 médicos ao novo programa do Ministério da Saúde, o Mais Médicos, que dará uma bolsa de R$ 10 mil aos profissionais que se cadastrarem, incluindo os formados no exterior.
O número representa 6% da necessidade de médicos do município, que é de 2.800 profissionais, de acordo com o secretário da Saúde, José de Filippi Júnior.
Segundo o coordenador da atenção básica da secretaria, Jorge Harada, apenas 158 foram pedidos por causa dos requisitos do programa do ministério: só UBSs (Unidades Básicas de Saúde) podem ser cadastradas para receber os profissionais, já que eles atuarão apenas na atenção básica, e elas têm que estar localizadas nas áreas de maior vulnerabilidade social da cidade.
Enquadram-se neste critério 82 unidades. Serão 38 médicos para 16 UBSs da região sudeste, 22 para 11 unidades da norte, três para duas unidades da centro-oeste e 63 para 37 unidades da sul.
A zona leste pode receber 32 médicos para 16 unidades. Segundo reportagem da Folha publicada no domingo (21), a região perdeu 141 profissionais desde 2009 (o equivalente a 10% do total de médicos que tinha), mesmo pagando salários de até R$ 14.600 nas áreas mais carentes.
A bolsa que será paga pelo ministério é de R$ 10 mil, além de R$ 850 para o pagamento do INSS. O município que receberá o médico também dará uma ajuda de custo para o profissional pagar residência e alimentação.
Os médicos que quiserem participar do programa terão até a próxima quinta-feira para se inscrever.
Harada acredita que haverá interesse no programa, apesar de o valor da bolsa do ministério ser menor do que o que é pago por muitas OSs (Organizações de Saúde) que administram unidades de saúde da prefeitura.
"Há outros atrativos. O profissional já poderá sair com um título de especialista, por exemplo", afirma ele.
Além do programa do ministério, a prefeitura afirma que fará concurso para contratar, até o início de 2014, 2.400 outros médicos.
ADESÃO
A informação do cadastramento do município foi divulgada nesta manhã em evento do ministério com prefeitos e secretários da Saúde de cidades de São Paulo.
O governo federal expôs os principais pontos do programa e estabeleceu um plantão de dúvidas para ajudar os municípios a se cadastrarem no projeto --assim como os médicos interessados, as cidades que quiserem receber médicos terão que manifestar interesse até a próxima quinta.
Segundo o ministério, só após o cadastramento é que será possível saber a real necessidade de profissionais no país. A estimativa é de que a carência chegue a 10 mil médicos.
Dados apresentados no evento mostram que enquanto a quantidade de equipamentos de saúde do país aumentou 72,3% nos últimos cinco anos, o número de médicos no mercado subiu 13,4%.
PROTESTO
Associações médicas de São Paulo marcaram para hoje mais um protesto contra as medidas anunciadas pelo governo federal, incluindo o Mais Médicos.
Um apitaço será feito às 16h em frente à Casa de Portugal, na avenida Liberdade, onde aconteceu o evento do ministério pela manhã. Os prefeitos participantes terão até as 17h para tirar dúvidas no local e se inscrever no projeto.
Os médicos também prometem realizar um novo enterro simbólico de figuras políticas.
Eles protestam contra a importação de médicos estrangeiros para a participação no programa sem revalidar o diploma do exterior.
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