Americana (SP) lidera ranking nacional de bem-estar
A pacata cidade de Americana (a 127 km de São Paulo) foi o município que registrou a melhor pontuação (0,911) no Índice de Bem-Estar Urbano do país, segundo o Observatório das Metrópoles. Apesar do título, alguns moradores da cidade que tem mais de 210 mil habitantes não estão totalmente satisfeitos com a liderança nacional.
"Lá não tem nada", disse Angela Melo, 29, dona de casa, sobre Novo Horizonte, o bairro em que mora. Sua casa fica na segunda pior região da cidade, mas o bairro tem posto de saúde, asfalto, iluminação, água, esgoto e coleta de lixo.
Lucas Sampaio/Folhapress | ||
Praça Parque Ideal, no centro de Americana (a 127 km de SP) |
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"Falta limpeza de rua", reclamou Angela, segurando o pequeno Pedro, 2. "Fiz um reclamação na prefeitura para limparem a praça em frente de casa. Reclamei até no prefeito no Facebook e ele agradeceu."
"A população tem um senso bastante crítico, mas isso é bom para gente. Exige mais do administrador", diz o chefe de gabinete da Prefeitura de Americana, Téo Feola. "O pessoal quer um serviço público de primeiro mundo. A gente acha que já tem, mas tenta melhorar."
Feola cita o IDH municipal, divulgado recentemente, que coloca Americana na 19ª posição nacional com um indicador "muito alto" (0,811). "Os dois indicadores se confirmam e se complementam."
O que faz da cidade a líder do Ibeu são três fatores: atendimento de serviços coletivos urbanos (0,979), mobilidade urbana (0,943) e condições ambientais urbanas (0,982).
Os serviços públicos considerados essenciais para garantir o bem-estar urbano --atendimento de água, esgoto e energia nos domicílios e coleta de lixo-- são praticamente universalizados na cidade.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
"PIOR" REGIÃO
A pior região da cidade, Praia Azul, tem índice de bem-estar urbano de 0,871 -- pouco menor que a média da região metropolitana de Campinas (0,873). Se fosse uma cidade, seria a 17ª melhor do país e estaria à frente de grandes capitais como Goiânia, Curitiba e Belo Horizonte.
O bairro foi asfaltado em 2010 --após 40 anos, segundo a prefeitura-- e possui toda a infraestrutura urbana básica: rede de água e esgoto e iluminação pública.
Mas os buracos nas ruas já começam a aparecer, e os moradores estão insatisfeitos.
"Falta quase tudo. Asfalto tem, mas está esburacado", diz Pedro Augusto, 55, mecânico. "Às vezes o esgoto vaza para a represa. Se não aguenta com essa população de hoje, imagina com mais 15 mil pessoas aqui?" Há dezenas de conjuntos habitacionais sendo construídos no bairro que, segundo a prefeitura, tem hoje 12,3 mil habitantes.
"Já não está mais muito bom", diz Valentin Scantamburlo, 59, dono de uma empresa de tecelagem na cidade que mora perto do centro e vai ao bairro para encontrar os amigos. "Americana está crescendo muito, tanto em número de carros quanto em população, e sua infraestrutura não está aumentando."
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