Funcionário diz que obra que desabou tinha problemas na estrutura
Um funcionário da empresa Salvatta Engenharia disse, em depoimento à polícia, que a obra que desabou na manhã de terça-feira (27) em São Mateus, zona leste de São Paulo, tinha problemas estruturais detectados por engenheiros da empresa.
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A queda do prédio deixou oito pessoas mortas, 26 feridas e duas desaparecidas, que ainda estão sendo procuradas. O capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, disse durante a tarde de hoje que acha difícil encontrar pessoas vivas no local.
Segundo o delegado Luiz Carlos Uzelim, o funcionário da Salvatta disse que havia uma orientação de um mestre de obras para que fosse desocupado o andar térreo porque havia desconfiança de que não suportaria (o peso do andar de cima).
Segundo Uzelim, madeira e tijolos que estariam no andar de cima foram removidos para o térreo.
"Os funcionários disseram que a obra estava na fase conclusiva. Eles estavam limpando a área porque havia um contrato para reforçar a estrutura da obra", disse Luiz Carlos Uzelim.
OBRAS
O imóvel caiu na manhã de ontem na avenida Mateo Bei, por volta das 8h30.
A obra pertence a Mustafá Abdalla Mustafa e seria alugada para o Magazine Torra Torra, que pretendia abrir uma loja no local.
Segundo os advogados do dono, a Salvatta foi contratada pela Torra Torra para adaptar o imóvel e fazia escavações no local. As empresas negam e dizem que são vítimas da irresponsabilidade do dono.
ALVARÁ
Segundo a Prefeitura de São Paulo, a obra que desabou não tinha alvará necessário para construção. De março para cá, o empreendimento já tinha sido multado duas vezes.
Em 13 de março, a Subprefeitura de São Mateus emitiu um auto de intimação e um auto de multa --no valor de R$ 1.159-- por falta de documentação no local da obra. No dia 25 do mesmo mês, a subprefeitura emitiu outra multa pelo não cumprimento da intimação anterior, no valor de R$ 103.500, e embargou a obra.
No dia 10 de abril, os engenheiros responsáveis apresentaram o pedido de Alvará de Aprovação de Edificação Nova na subprefeitura. Porém, não foi pedido o alvará de execução da obra. Mesmo assim, eles deram início às construções. Os engenheiros recorreram das multas, o que ainda está sendo analisado pela prefeitura.
"De acordo com o Código de Obras, a obra só poderia ter sido iniciada, mesmo sem resposta da subprefeitura, caso tivessem decorridos os prazos dos dois pedidos, ou do pedido conjunto (alvará de aprovação e alvará de execução). Ainda assim, a obra ficaria sob inteira responsabilidade do proprietário e profissionais envolvidos e estaria sujeita a adequações ou até demolição", diz nota da prefeitura.
Editoria de arte/Folhapress | ||
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