Oposição vence eleição do sindicato dos motoristas de ônibus de SP
A chapa de oposição venceu a eleição para o sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo.
José Valdevan de Jesus, o Noventa, obteve 57,3% dos votos válidos e vai assumir o comando da categoria pelos próximos cinco anos.
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O vice-presidente será Edivaldo Santiago, que já chefiou o sindicato quatro vezes e liderou a maior greve de ônibus da cidade, em 1992.
A posse da nova diretoria deverá ocorrer em novembro.
Noventa é o atual diretor financeiro e Santiago é o secretário-geral da entidade, mas eles romperam com a diretoria e disputaram pela oposição. A chapa foi apoiada pela UGT (União Geral dos Trabalhadores).
No cargo desde 2004, Isao Hosogi, o Jorginho, obteve 42,7% dos votos e não conseguiu se reeleger. Ele tinha o apoio da Força Sindical, Nova Central e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).
O processo eleitoral estava marcado inicialmente para julho, mas foi adiado após um tiroteio na sede do sindicato, no centro de São Paulo, que deixou dez feridos. Os dois lados se acusam pela violência, que é investigada pela polícia.
A campanha já estava acirrada, com manifestações promovidas pela oposição que chegaram a bloquear metade dos terminais de ônibus. Noventa também tentou impedir a candidatura de Jorginho na Justiça, sem sucesso.
Após intermediação da Justiça, a eleição foi remarcada e teve intervenção do Ministério Público do Trabalho. A Promotoria forneceu urnas eletrônicas, acompanhou os locais de votação, e realizou a contagem dos votos.
Ao todo, 21,3 mil trabalhadores participaram da votação, que começou no dia 29 de agosto e terminou no dia 31. Noventa teve 11.681 votos, e Jorginho 8.715. Brancos e nulos somaram 868.
Segundo a Promotoria, foi a maior eleição sindical da America Latina. A vice-procuradora chefe Sandra Lia Simón disse que a intervenção da Promotoria não é comum, mas que foi necessária porque a disputa provocou a paralisação de serviço essencial.
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