Navio que encalhou na Baía de Guanabara corre risco de vazar óleo
O navio que adernou na Baía de Guanabara pode provocar vazamento de óleo no mar. A informação foi confirmada na tarde desta quarta-feira pela secretaria estadual de Meio Ambiente e pela Capitania dos Portos no Rio que, junto com a Transpetro, subsidiária de transportes da Petrobras, irão trabalhar na remoção do óleo que está no interior da embarcação e posteriormente na retirada do navio da baía.
O navio Angra Star pertence à empresa Frota Oceânica e Amazônica e está, segundo as autoridades, fundeado desde fevereiro na baía, em uma região próxima ao terminal portuário do Caju, centro do Rio. A embarcação de médio porte tem 133 metros de comprimento e 23 metros de altura. O navio era utilizado para o transporte de contêineres, mas estaria fora de operação e abandonado pelo proprietário desde o início do ano.
Segundo o capitão Fernando Cozzolino, da Capitania dos Portos no Rio, o navio foi invadido e teve componentes roubados. Cozzolino explicou que, em geral, grupos que invadem navios estão à procura de tanques de óleo ou outros componentes, como válvulas, que possam ser vendidos mais tarde.
As autoridades acreditam que durante o roubo, alguma válvula ou mecanismo podem ter sido manipulados, o que provocou a entrada de água na parte traseira da embarcação. Neste momento, o navio está com parte de sua popa (traseira) submersa. É nessa área que está instalada a casa de máquinas e outros compartimentos que contém óleo.
Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc, na parte traseira do navio foi verificado um acumulo de 150 mil litros de água e óleo. O óleo, contudo, não teria vazado ainda. O secretário disse não saber neste momento qual a proporção de óleo nessa mistura. Ainda segundo Minc, há um reservatório de 90 mil litros de óleo puro dentro do navio que estaria lacrado, sem chance de vazar.
Minc explicou, porém, que como o navio está adernado, pode haver risco de vazamento, caso a posição da embarcação mude. "É um crime ambiental em potencial", disse o secretário, durante coletiva para detalhar a situação da embarcação, no Rio.
A Transpetro fez uma barreira de contenção de óleo com boias ao redor da embarcação. A empresa trabalhará ainda na remoção do óleo que está no interior do navio.
A empresa Frota Oceânica será multada pela secretaria estadual do Meio Ambiente e pela Marinha, por meio da Capitania dos Portos. O valor das duas multas ainda não está definido. A Polícia Federal abrirá inquérito para apurar responsabilidades e que, se acatado pelo Ministério Público e aceito pela Justiça, poderá ser convertido em uma ação civil pública contra a empresa.
Os custos de remoção da embarcação, segundo Minc, são de responsabilidade da própria empresa. Caso a companhia não tenha condição de pagar o serviço feito pelo estado, o navio irá a leilão para cobrir o gasto.
Capitania dos Portos e secretaria do Meio Ambiente afirmaram que desde o início deste mês notificaram a empresa por mais de uma vez sobre a situação do navio, listando uma série de medidas a serem tomadas. A empresa teria respondido que não tinha recursos para atender as exigências. Teria sido por isso que estado tomou a dianteira dos trabalhos de remoção da embarcação. O tempo que levará a remoção não foi estimado pelas autoridades.
Cozzolino, da Capitania dos Portos, informou que a empresa Frota Oceânica tem quatro navios fora de operação no Rio. Dois estariam atracados em uma área das Docas. A empresa estaria, segundo o capitão, trabalhando para retirar o óleo das embarcações-- em uma operação de praxe quando se vai retirar um navio de operação.
Uma terceira embarcação estaria encalhada em um outro ponto da Baía de Guanabara, mas sem oferecer risco de vazamento de óleo ou adernar. A quarta embarcação é a Angra Star, que adernou após ter sido alvo da ação de ladrões.
A Folha não conseguiu contato com a empresa Frota Oceânica e Amazônica até o início da noite desta quarta-feira.
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