'Black blocs' são organização criminosa, diz diretor do Deic
Representantes das polícias Militar, Civil e do Ministério Público de São Paulo se reuniram pela primeira vez, nesta quarta-feira (16), no Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste), desde que o Governo do Estado anunciou a criação de uma força-tarefa para reprimir a ação de vândalos durante protestos na capital paulista, sobretudo adeptos da tática "black bloc".
O trabalho conjunto é uma das "medidas enérgicas" anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) após a manifestação de segunda-feira da semana passada, quando lojas, agências bancárias, lanchonetes e até um carro da Polícia Civil foram depredados na região central da capital, em uma das noites mais violentas desde os protestos de junho.
"A intenção é descobrir quem eles são, de onde vêm. Eles são uma organização criminosa? Sim. E nossa função é provar isso", afirmou o diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), Wagner Giudice, após o encontro. "São as mesmas pessoas que agem coordenadamente, previamente, combinadas para ir no local e cometer uma série de crimes", disse.
Informações coletadas nas delegacias para onde vândalos forem levados serão repassadas para o Deic, que centralizará a investigação, e juntará as informações em um único inquérito, já aberto.
Agora, vândalos que dificilmente ficam presos pela dificuldade de identificação --muitos cobrem o rosto com lenços--, ou porque respondem por atos isolados, poderão ser enquadrados na Lei da Organização Criminosa, que prevê pena de três a oito anos de prisão.
Outra medida anunciada na semana passada pelo governo foi a reutilização das balas de borracha pela PM, banidas desde os protestos de junho. Ontem, os PMs já utilizaram esse recurso quando teve início o confronto durante o ato de estudantes da USP, na zona oeste de São Paulo.
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