Criador de beagles diz sofrer ameaças após invasão a Instituto Royal
Na entrada da Fazenda Angolana, em São Roque (a 66 km de São Paulo), um beagle recebe os visitantes com latidos e seu rabo incontrolável. No local, também há pavões, pôneis, bodes e outros 60 cães --todos da mesma raça dos que foram levados do Instituto Royal na sexta-feira.
Porém, a proximidade com o laboratório (cerca de 10 km) levou ativistas a associarem a fazenda ao instituto. Na internet, se disseminou a ideia de que o local fornecia os cães para serem cobaias e que ali eles sofriam maus tratos.
Ativistas tentaram organizar um grupo para fazer campana ao lado da fazenda. Na internet, um deles chega a dizer que dois caminhões com beagles foram levados ao local para serem escondidos.
Um dos donos da fazenda Daniel Dewald Paraschin, 36, confirma que vende os animais, mas diz que nunca os forneceu para o laboratório.
"Trabalhamos aqui há 30 anos e agora minha família e funcionários trabalham sob ameaça de pessoas que não conhecem o nosso trabalho. Nunca fizemos negócios com o Royal e abrimos nosso espaço para visitas."
Com medo de possíveis invasões, a empresa contratou quatro seguranças.
"Não conseguimos mais dormir. Sempre que ouvimos um barulho à noite, pensamos que pode ser alguém querendo entrar aqui [fazenda]."
TRATAMENTO
A Folha visitou o local onde os cães são criados. Eles ficam separados em baias para que não haja confusões, principalmente entre os machos.
Os cachorros tomam banho uma vez por semana, passeiam diariamente e se reproduzem dos 2 aos 7 anos.
No local, trabalham 20 pessoas de segunda a sexta-feira. Nos fins de semana, outros 50 funcionários reforçam o quadro para atender os cerca de 1.000 visitantes que passam pela fazenda.
Quem compra um dos cães assina um contrato que prevê uma série de cuidados a serem tomados, desde compromisso com vacinas a cuidar bem dos animais.
A cadela Poli, uma das mais animadas, está a cerca de 15 dias de ter uma nova gestação. Segundo Paraschin,são cerca de 20 novos beagles por mês. Com 45 dias de vida são vendidos por cerca de R$ 1.000 cada.
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