Invasões e esgoto são os 'vilões' em Juqueí
Em Juqueí, os moradores são os primeiros a identificar as causas do problema. O bucólico rio homônimo é uma das principais fontes de contaminação da praia, muito procurada durante o verão por famílias com crianças.
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As ocupações irregulares que aumentam a cada mês do outro lado da estrada, em direção à serra do Mar, são a grande preocupação da prefeitura, segundo Eduardo Hipólito, secretário de Meio Ambiente de São Sebastião.
As pessoas em Juqueí dizem não estranhar o rebaixamento da classificação anual da praia, feita pela Cetesb.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Em vários locais é visível que as fossas vazam em direção ao rio. Mesmo onde existe rede sanitária, nem sempre ela está ligada às casas.
"Eles só ligam os esgotos nos hotéis e casas de luxo. O caiçara não tem esse privilegio. A casa do meu pai não tem água nem esgoto", afirma Amanda Lea, 35, comerciante, que mora em Juqueí.
De acordo com ela, há cinco anos, a tubulação de saneamento chegou à região.
"Algumas pessoas chegaram a ligar seus encanamentos à rede. Mas o esgoto começou a vazar na rua."
Ricardo Nogueira/Folhapress | ||
Córrego que deságua no rio Juqueí, considerado importante fonte de contaminação da praia |
Por causa do cheiro, alguns moradores voltaram a jogar o dejeto de suas fossas direto no rio, que, quando chove, chega com força ao mar.
Dados da prefeitura de São Sebastião indicam que apenas 46% da cidade está realmente coberta pela rede oficial de saneamento.
"Mas acabamos de inaugurar o sistema Baleia/Sahy, que deverá ajudar bastante na melhoria da balneabilidade", afirma Hipólito.
A obra é uma das ações da Sabesp na região. Segundo a empresa, a cidade recebeu, entre o ano passado e este, obras no valor de R$ 180 milhões, apenas para a coleta e o tratamento de esgoto.
No médio prazo, segundo Hipólito, a ideia é fazer um plano em conjunto com o Estado e o Ministério Público para que o loteador clandestino não atue mais na região.
"Além da questão da qualidade da água, existe um problema social importante. Há moradias em áreas de risco, que podem desabar".
Para o segurança Manoel Messias, 46, o problema vem de todos os lados. "A cada ano, tem mais turistas. E a sujeira fica na areia, porque muita gente joga o lixo aqui."
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