Ônibus em SP é mais rápido em faixa do que em corredor exclusivo
Enquanto a cidade de São Paulo ganhou 270 km de faixas exclusivas que aceleraram os ônibus que passam por elas, nos antigos corredores a velocidade dos coletivos continua mais baixa que a de um corredor da São Silvestre.
Vistas como paliativo para melhorar a fluidez dos ônibus, as faixas à direita tiveram sua implantação acelerada por Fernando Haddad (PT) após os protestos de junho.
Situação dos corredores é 'absurda', mas só muda em 2014, diz secretário
Pelo último balanço divulgado, a velocidade média dos ônibus nessas vias subiu de 13,8 km/h para 20,4 km/h --um ganho de quase 50%.
Já os corredores ficam à esquerda justamente para terem melhor desempenho e menos interferências, evitando as conversões dos carros. Não é à toa também que são mais caros de construir e que são posicionados nos principais eixos viários --como Rebouças e Nove de Julho.
Mas a velocidade dos ônibus nos nove corredores existentes, que totalizam 130 km, se limitou a 13,5 km/h no primeiro semestre --contra 14,5 km/h no mesmo período do ano passado, sob a gestão Gilberto Kassab (PSD).
No últimos meses, a prefeitura adotou nova metodologia de medição, que diz ser mais precisa. Mesmo assim, a velocidade se limitou a 16,6 km/h em agosto e setembro --últimos dados disponibilizados.
Ou seja, em qualquer dos casos, muito aquém da velocidade adequada de 25 km/h.
A prefeitura reconhece as distorções e promete uma reestruturação a partir de 2014.
A baixa velocidade nos corredores reforça a preocupação de técnicos devido à degradação de pistas que deveriam ser a solução mais eficiente.
Implantados entre 1980 e 2004, os corredores da cidade foram acumulando gargalos nos últimos anos que derrubaram seu potencial.
"Estão saturados. Chegam a ter 300 ônibus por hora. Já as faixas estão vazias. Na da av. Sumaré, por exemplo, são cerca de 30. É por isso que os ônibus estão mais rápidos nelas", diz Sergio Ejzenberg, mestre em transportes pela USP.
"Na av. Ibirapuera as filas formam um 'paredão' de ônibus nos [horários de] picos. Outro problema são as paradas, mais lotadas nos corredores. Quanto mais gente, mais demora para embarcar. A solução seria cobrar a tarifa antes [do embarque]", afirma Luiz Carlos Mantovani Néspoli, da Associação Nacional de Transportes Públicos.
Os especialistas citam outros fatores que interferem na velocidade dos corredores, como a presença de outros veículos (como táxis com passageiros, vetados nas novas faixas à direita) e semáforos.
Editoria de arte/Folhapress | ||
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