Casamento coletivo ao ar livre une oficialmente cem casais no DF
A Sejus (Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania) realizou ontem (14) o casamento de cem casais no Distrito Federal. A maior parte foi de casais estabilizados, que já vivem juntos, com filhos e que não têm condições financeiras de realizar o casamento dos sonhos.
"Não tenho palavras para dizer o que isto representa, é muito legal. Eles [organizadores] são uma família", disse Maria Aparecida Bezerra Lima, 27, visivelmente nervosa. Ela é carroceira e, com o marido Carlos José dos Santos, trabalha com reciclagem no Distrito Federal.
Juntos a 11 anos e com quatro filhos, Maria Aparecida concretiza o desejo de colocar o vestido branco de noiva e dizer o sim tão esperado. "Ela é uma das noivas mais ativas, participou de todas as reuniões e sempre se emociona quando fala do casamento", declarou o subsecretário de Promoção dos Direitos Humanos, Mário Gil Guimarães.
Segundo ele, os casais não têm custo nenhum com a cerimônia nem com o cartório e que, além dos parceiros e voluntários, a secretaria já tem um orçamento garantido para o projeto, em torno de R$ 50 a R$ 60 mil por evento. As noivas também têm direito ao Dia da Noiva gratuitamente, com cabeleireiras, manicures, massagistas, almoço, lanche e transporte.
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil | ||
Carroceira Maria Aparecida Bezerra Lima, 27,durante preparação para o casamento coletivo ocorrido ontem no Distrito Federal |
A cerimônia ocorrer na praça do Cruzeiro, no Eixo Monumental, local da primeira missa rezada em Brasília, que foi o primeiro evento oficial como a capital da República. A cada edição é escolhido um ponto turístico representativo da capital. Este ano foram feitas cerimônias na Torre de TV e na Ponte JK.
A noiva Jennifer Medeiros fala da emoção do filho de 6 anos de idade. "Ele vai ser o pajem e está mais ansioso que a gente com a responsabilidade de levar as alianças", disse Jennifer, que vive há sete anos com Eleon Brant.
Esta é a oitava edição do casamento coletivo, promovido desde 2012. Ao todo, 441 casais já foram beneficiados pelo projeto Alma Gêmea. O subsecretário informou que existe uma fila com cerca de 500 casais e que aumenta a cada cerimônia, inclusive com casais homoafetivos à espera de oficializar a união.
Para Tatiana Neiva Albernaz, a cerimônia é uma felicidade para todos, "para quem já convive e que acredita que isso nunca aconteceria, é um sonho". Ela vive com Deusdete Teixeira há 13 anos, tem três filhos e se diz nervosa com o grande dia.
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