Estudante da USP não bebeu antes de queda, afirmam amigos
Amigos da estudante da USP que morreu após despencar em um fosso de elevador de um prédio abandonado no campus, em São Paulo, contaram à Polícia Civil que a jovem não tinha bebido e que caiu após tropeçar.
O caso ocorreu na madrugada de domingo. Em depoimento ontem, três colegas de Bruna Barbosa Lino, 19, disseram que o grupo foi ao prédio do Instituto Butantan para bebericar e conversar.
Reproduçao/Facebook |
A estudante Bruna Barboza Lino, 19, morreu após queda |
A estudante de letras foi enterrada na manhã de ontem, no cemitério Vila Pauliceia, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).
Amigos e familiares de Bruna foram ao enterro usando batom vermelho. "Era a marca dela, foi uma homenagem à felicidade e ao sorriso da minha irmã", diz Bárbara Barbosa Lino, irmã da jovem.
De acordo com Bárbara, um segurança do campus foi avisado de que Bruna e os amigos entrariam no prédio.
"Antes de entrar, eles perguntaram se haveria problema. E ele respondeu que não", diz Bárbara.
O delegado responsável pelo caso, Paulo Arbues Andrade, afirma que nenhuma das testemunhas ouvidas ontem contou ter conversado com um segurança antes de entrar no local.
Segundo Arielli Tavares, diretora do DCE (Diretório Central dos Estudantes), é de conhecimento de todos que os estudantes frequentam rotineiramente o espaço.
"Dali se tem uma visão privilegiada do nascer do sol. Só esperamos que a reitoria não se exima da sua responsabilidade nesse acidente", diz.
Em nota, a USP lamentou a morte da estudante e afirmou que o prédio não pertence à universidade.
Segundo a instituição, o único registro de que os alunos acionaram a Guarda Universitária foi às 4h40, após a aluna cair no fosso.
Robson Ventura/Folhapress | ||
Local onde Bruna Barboza Lino, 19, morreu após cair no fosso do elevador; jovem foi até o local com os amigos após uma festa |
BATALHADORA
Bruna era conhecida por familiares e amigos como uma pessoa alegre, madura, batalhadora e humilde.
Apaixonada por literatura, ela estudou sozinha em casa por um ano e meio até conseguir passar no vestibular.
Segundo a irmã, ela sempre estudou em escola pública.
"Somos uma família humilde de seis irmãos. Minha irmã nunca foi uma filhinha de papai, ela sempre batalhou para seguir os sonhos dela", conta Bárbara.
A estudante morava com amigos em um apartamento próximo à universidade e trabalhava na Central de Atendimentos da Editora Globo.
Na tarde de ontem, o prédio do Instituto Butantan continuava sem interdição e com um buraco na grade, que permite a passagem.
Em nota, a entidade afirmou que o local está cercado por muros e grades e que elabora um "plano de ocupação do espaço", sem dar detalhes.
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