Governo do Maranhão identifica mandante de ataques
A SSP (Secretaria de Estado de Segurança Pública) do Maranhão divulgou ontem (4) que foi identificado o preso que deu ordem, de dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, para os ataques a ônibus e delegacias em São Luís, ocorridos na noite de sexta-feira (3).
O mandante dos ataques é Jorge Henrique Amorim Martins, 21, conhecido como Dragão. Ele foi preso em flagrante por roubo qualificado, em dezembro de 2012.
Suspeita-se que os atentados sejam uma represália do crime organizado a uma ação da Polícia Militar em presídios do Estado no último dia 31.
No total, foram recolhidas 300 armas improvisadas, entre facas, facões e estiletes, além de drogas, bebidas alcoólicas e celulares.
O sistema carcerário do Maranhão enfrenta uma grave crise, e o Batalhão de Choque da PM foi destacado no final do mês passado para fazer a segurança no complexo prisional de Pedrinhas, que soma 62 mortes de detentos desde 2013.
Diante das constantes rebeliões, com registros até de decapitação de presos, órgãos como OEA (Organização dos Estados Americanos), Procuradoria-Geral da República e CNJ (Conselho Nacional de Justiça) cobram uma solução da governadora Roseana Sarney (PMDB).
LÍDER
Sete pessoas, quatro delas adolescentes, foram identificadas pela polícia como autores dos atentados.
Entre os três adultos presos no sábado (4), Hilton John Alves Araújo, 27, é apontado pela SSP do Maranhão como o coordenador dos ataques aos ônibus e à delegacia em São Luís. Ele teria sido a pessoa que recebeu a ordem de dentro dos presídios.
Araújo foi detido no bairro Monte Castelo com drogas e armas, segundo a SSP. Ele prestava depoimento na noite de ontem. A reportagem não conseguiu ouvir sua defesa.
ATAQUES
Na noite de sexta-feira, ao menos quatro ônibus foram incendiados nos bairros João Paulo, Areinha, Jardim América e Vila Sarney Filho. Seis pessoas ficaram feridas durante os ataques a ônibus.
O caso mais grave é o de uma criança de seis anos, que teve 90% do corpo queimado. Segundo familiares, até as 18h deste sábado, a menina, a mãe e a irmã mais nova, também atingidas pelas chamas, permaneciam internadas no Hospital Municipal Clementino Moura.
O procedimento dos bandidos foi semelhante nos quatro casos. Segundo informações da Polícia Militar, os criminosos entraram nos ônibus, assaltaram os passageiros e, ao sair, atearam fogo aos veículos.
Em razão dos ataques, empresas de ônibus começaram a retirar veículos de circulação por volta das 21h locais (22h pelo horário de Brasília).
Em outro ataque, a fachada do 9º Distrito Policial da cidade, no bairro São Francisco, foi alvejada por ao menos oito tiros. Um policial militar aposentado foi morto a tiros, mas não se sabia se o episódio tem relação com os ataques.
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