Após protesto, Haddad diz que não vai desrespeitar fila da habitação
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse na manhã desta sexta-feira (10) que não vai priorizar o atendimento às famílias de sem-teto que fazem manifestações na cidade. "Você não pode abrir uma negociação e travar uma avenida que prejudica o trabalhador. Se a partir do momento em que aquele que protestar mais e impedir a circulação de pessoas for critério para para atendimento, a cidade vai se desorganizar", afirmou.
Segundo ele, há muitas famílias com prioridade maior para receber habitação que as da ocupação Nova Palestina, na zona sul da cidade. No início da manhã de hoje, cerca de 5.000 pessoas –segundo estimativa da Polícia Militar– fizeram uma manifestação e fecharam vias importantes da região, como a estrada do M'Boi Mirim e a marginal Pinheiros.
A ocupação reúne cerca de 8.000 famílias numa área ambiental de aproximadamente 1 milhão de metros quadrados.
Haddad disse que o grupo que ocupa o local negocia com a prefeitura há semanas. "Mesmo se a gente pudesse, só seria possível construir 1.000 habitações na região, não para 8.000 [como existe hoje]. Essa área é totalmente nova e eu tenho milhares de famílias na fila, cadastradas e aguardando suas unidades", disse.
Os acampados da ocupação chamada de Nova Palestina prometeram se juntar a membros de outras ocupações da cidade para "fechar todas as principais avenidas", na próxima semana, caso a reivindicação por moradias não seja atendida pela prefeitura.
ESTOPIM
A manifestação de hoje aconteceu em resposta às declarações do prefeito Fernando Haddad que, nesta semana, após publicação de reportagem da Folha, disse que a área ocupada não deve ser usada para habitação popular, mas para a implantação de um parque.
O protesto também é contra o anúncio de corte em desapropriações feito pelo prefeito, que quer conter gastos do município.
Os sem-teto querem que pelo menos 30% da área do terreno invadido seja usada para moradia popular, o que dependeria de mudança no zoneamento, que ainda vai passar pela Câmara Municipal neste ano.
A reivindicação é que seja construído no local um conjunto habitacional financiado pela Caixa Econômica Federal, no âmbito do programa federal Minha Casa, Minha Vida.
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