Manifestante admite ter manuseado rojão que atingiu cinegrafista no Rio
O tatuador Fábio Raposo, 23, admitiu ter manuseado o rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade e se apresentou à polícia na noite desta sexta-feira (7).
Ele será indiciado sob suspeita de tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão, segundo o delegado Maurício Luciano, da 17ª DP (São Cristóvão).
O cinegrafista permanece em coma induzido no hospital municipal Souza Aguiar, no centro, e seu estado de saúde é considerado "muito grave". Ele foi atingido próximo à Central do Brasil, foco da manifestação contra o aumento de R$ 0,25 centavos nas passagens de ônibus.
Raposo usava camiseta cinza e bermuda preta na manifestação de quinta-feira (6). Ele disse ter entregue o rojão a outro jovem, de calça jeans e camiseta cinza, que teria acendido o explosivo.
"Era eu passando o artefato para o outro indivíduo. Mas o artefato não era meu", afirmou o jovem à TV Globo, na porta da 16ª DP (Barra da Tijuca), onde prestou depoimento.
"No corre-corre, vi que um rapaz correndo deixou uma bomba cair. Eu peguei e fiquei com ela na mão. Esse outro cara falou comigo: 'Passa aí pra mim que eu vou e jogo'. Aí eu passei pra ele", disse Raposo.
O delegado Maurício Luciano afirmou à Globo News que este trecho do depoimento é inverossímil e que Raposo também será indiciado pelo crime contra o cinegrafista.
"Embora ele tenha negado participação, as imagens revelam que ambos estavam agindo em conjunto, caminhando lado a lado", disse o delegado.
"Ambos vão responder pelos mesmos crimes, tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão. Ambos são coautores", acrescentou.
A polícia agora trabalha para identificar o segundo homem que teria lançado o rojão que atingiu o cinegrafista da Bandeirantes.
Na porta da delegacia, Fábio Raposo disse ter se apresentado à polícia após ser reconhecido em imagens do confronto que circularam na TV e na internet.
"Não fui eu. Eu não tive a intenção de machucar nenhum repórter. Só estou vindo aqui mesmo porque estou assustado com as imagens. A minha foto foi divulgada em mídias internacionais", disse o estudante.
"Já recebi ligações pedindo para eu assumir o caso e falar que fui eu. Não fui eu mesmo. Eu quero o bem do repórter que está em coma", encerrou.
O delegado responsável pelo caso, Maurício Luciano de Almeida, afirmou que a prisão de Raposo deverá ser pedida ainda nesta semana. "Estamos tomando todos as providência junto à polícia judiciária".
Raposo foi indiciado sob suspeita de tentativa de homicídio e crime de explosão já que assumiu o risco de que o ato pudesse matar alguém.
"Era previsível para ele que aquele artefato pudesse ferir e matar alguém. Então, ele assumiu o risco, o que qualifica a tentativa de homicídio", disse.
Fábio Raposo já responde a um inquérito por atos de depredações ao patrimônio público e privado em manifestações. O caso foi registrado no ano passado, na 5ªDP (Mem de Sá), no centro do Rio.
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