Morte de traficantes teria motivado incêndio em ônibus, diz polícia
A paralisação de cobradores e motoristas que ocorreu na manhã desta terça-feira, na zona norte de São Paulo, afetou cerca de 140 mil passageiros. Os funcionários da viação Sambaíba, que atende a 28 linhas na região, pediam melhores condições de trabalho e mais segurança nas viagens.
Ontem, um ônibus da empresa foi completamente incendiado por manifestantes no Jardim Peri Alto. Outros dois foram queimados no mesmo horário em pontos da zona norte, mas não ficaram destruídos.
Segundo a polícia, os veículos foram atacados horas depois da morte de um suspeito de tráfico de drogas. O jovem, de 19 anos, morreu ao cair de uma laje enquanto fugia de policiais militares, de acordo com a polícia. Outro suspeito foi preso na mesma ação.
"Quem articula esses ataques é o tráfico, sempre em retaliação a ações da polícia", diz Fábio Antônio Bolzani, delegado que investiga os casos.
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress | ||
Ônibus fica destruído após ser incendiado por bandidos na zona norte de SP |
O sindicato dos motorista e cobradores conta outra história: os ônibus foram queimados ontem porque traficantes estariam descontentes com a proibição de caronas nos ônibus da Sambaíba.
No ano passado, a empresa instalou câmeras de segurança nos veículos. Quem fosse flagrado dando carona, era punido. A empresa nega e diz que o equipamento foi colocado por segurança e para cumprir normas da SPtrans.
"Motoristas já foram ameaçados com arma porque não deram carona. A empresa não sabe que na periferia isso é comum. Um pessoal se revoltou e queimou os ônibus", diz Fabiano Nicoleti, motorista e membro do sindicato.
Os funcionários também reclamam que não recebem por horas em que os ônibus ficam parados por problemas mecânicos.
Por exemplo: se o veículo quebrar na segunda hora da jornada de um motorista, ele não recebe pelas outras sete horas do dia. A empresa diz que as reclamações não procedem.
Desde janeiro deste ano, de acordo com a SPTrans, 40 ônibus municipais foram queimados apenas na cidade de São Paulo. Em um dos casos da zona norte, os manifestantes chegaram a jogar gasolina no rosto de um cobrador.
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