Justiça nega habeas corpus a acusados pela morte de cinegrafista da Band
A 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio negou hoje o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Caio Silva Souza, 23, e Fábio Raposo Barbosa, 22. Eles são apontados como responsáveis pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes.
Andrade morreu, no último dia 10. Ele passou quatro dias internado depois de ser atingido por um rojão durante uma manifestação na Central do Brasil, centro do Rio, no último dia 6.
A dupla responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e emprego de explosivo), além de explosão.
"Indefiro a liminar, por não vislumbrar de plano qualquer ilegalidade no decreto prisional ora impugnado, tratando-se de prisão devidamente regular", informou em sua decisão o desembargador Marcos Quaresma Ferraz.
Carlos Moraes/Agência O Dia/Daniel Marenco/Folhapress | ||
Caio de souza e Fábio raposo, acusados da morte de cinegrafista |
O documento foi impetrado pelo advogado de defesa Wallace Martins, via escritório do outro advogado dos réus, Jonas Tadeu, ontem por volta das 14h30. A decisão foi do desembargador Marcos Quaresma Ferraz, da 8ª Câmara Criminal.
Apesar de lamentar, Wallace Martins afirma que o indeferimento era esperado. "Como liminar é uma medida cautelar de urgência, fica realmente complicado um desembargador deferir sozinho um pedido", diz o advogado, ao informar que pode recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Com a decisão, os réus permanecem detidos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio.
Wallace Martins pretende ainda, na defesa dos clientes, argumentar que eles não tinham a intenção de matar o cinegrafista e, com isso, mudar a qualificação do crime de homicídio doloso (com intenção) para culposo (sem intenção). "Homicídio doloso é uma imputação excessiva neste caso", disse.
Em depoimento, Souza apontou o tatuador Fábio Raposo como o responsável por acender o rojão que matou o cinegrafista. Raposo disse que só falaria à Justiça.
Souza disse ainda que "partidos que levam bandeiras [...] pagam os manifestantes' e afirmou já ter visto 'bandeiras do PSOL, PSTU e FIP (Frente Independente Popular)" nos protestos dos quais já participou, mas afirmou não saber detalhes sobre os pagamentos. Os partidos negaram financiar qualquer ato violento.
Ainda não há previsão de quando será o julgamento dos dois réus.
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