Pilotos são suspeitos de fraudar licenças de voo entre 2009 e 2010
Com ajuda de um estagiário então ligado à Anac, pilotos conseguiram, de 2009 a 2010, habilitação para comandar pequenas aeronaves e helicópteros, para os quais não tinham autorização de voo.
Entre os casos há ao menos um piloto de linha aérea regular, que hoje atua na TAM.
A fraude também se estendeu ao nível de conhecimento em inglês, obrigatório para voos internacionais.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), um copiloto que hoje atua na Gol e outro atualmente na Trip (incorporada pela Azul) tiveram nos registros níveis de inglês superiores ao real. Ambos perderam o atestado de proficiência na língua.
A própria agência apontou, em investigação, que a situação é um risco à segurança.
Editoria de Arte/Folhapress |
POLÍCIA FEDERAL
Revelado anteontem pelo "Jornal da Band", o caso está sob apuração do Ministério Público Federal de São Paulo e da Polícia Federal, para os quais a Anac enviou, em 2010, a conclusão de procedimento administrativo.
A agência constatou que, por trás dos casos, estava o então estagiário Alexandre Demarco. Segundo a investigação, ele usou senhas de funcionários para modificar registros internos dos pilotos. Ele pediu demissão em 2009.
Embora haja suspeitas, não ficou provado se havia pagamento pelas habilitações. É isso que o Ministério Público e a PF tentam apurar. Os dois órgãos limitaram-se a dizer que há inquéritos em andamento para os casos.
A apuração da Anac, segundo a agência, começou quando uma servidora notou que a sua senha fora usada para alterar níveis de inglês. Ao rastrear a atividade de Demarco, a Anac identificou alteração nas habilitações.
Um piloto pode ter várias habilitações. Ela mostra que o profissional sabe pilotar determinado tipo de aeronave.
Um dos que participaram do esquema, segundo a Anac, é Alexandre Oliveira Júnior, dono de escola de aviação e copiloto de um helicóptero apreendido no ano passado com cocaína no Espírito Santo, de propriedade do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrela (PDT-MG).
Segundo a Anac, 52 pilotos foram investigados por problemas na habilitação. Desses, 12 tiveram habilitações suspensas, cinco tiveram sua habilitação ajustada aos requisitos reais e três foram autuados por voar com habilitação vencida.
Quanto ao inglês, foram 12 casos suspeitos. Seis pilotos refizeram a prova, dos quais dois foram reprovados -um hoje na Gol. Os que não fizeram a prova perderam a proficiência em inglês -entre eles um hoje na Trip/Azul.
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