PF prende 10 envolvidos com a máfia italiana em operação contra tráfico
A Polícia Federal prendeu 10 pessoas nesta quarta-feira (20) durante uma operação que desde o ano passado já apreendeu 1,3 tonelada de cocaína e US$ 760 mil (R$ 1,7 milhão). Batizada de "Operação Monte Pollino", a ação desbaratou uma quadrilha suspeita de enviar cocaína sul-americana para a Europa, a partir do porto de Santos.
Segundo a PF, a droga tinha como principal destino a Itália, onde chegava nas mãos da máfia calabresa Ndrangheta. A ação da Polícia Federal ocorreu simultaneamente com uma operação da polícia italiana, que resultou na prisão de mais um suspeito na Itália e outro na Espanha.
Entre os dez presos no Brasil, há brasileiros, chilenos, bolivianos e europeus. Esse grupo, segundo a PF, realizava todas as tarefas para a exportação da droga, incluindo a compra da cocaína da Bolívia e do Peru, o armazenamento do entorpecente no Brasil e o embarque da droga em navios de carga, que tinham como destino diversos portos europeus.
Divulgação/Polícia Federal | ||
Tijolos de cocaína apreendidos durante operação deflagrada em Santos (SP) |
Um vídeo exibido no SPTV, da Rede Globo, mostra uma brasileira que seria o braço financeiro da Ndrangheta no Brasil, fazendo um pagamento para outra pessoa, referente a uma remessa de envio da droga, na praça de alimentação de um shopping de Santos. Ela está entre os presos.
Ainda segundo o jornal, a droga ficava armazenada em Campinas (a 93 km de São Paulo). Semanalmente, eram enviados de 100 a 150 kg de cocaína para a Europa, de forma a não chamar a atenção. "Havia pagamentos de valores expressivos, em dólares, realizados em praças de alimentação de shoppings, dentro de supermercados", disse o delegado Osvaldo Scalezi Jr.
Dois funcionários do porto de Santos, responsáveis por agendar as remessas, colocavam mochilas e malas com cocaína dentro de contêineres de navios cargueiros. Entre os destinos das embarcações estavam os portos de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha e Bélgica.
Os presos serão indiciados e responderão, de acordo com suas participações no esquema, pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e financiamento da prática do tráfico transnacional. A 2ª Vara da Justiça Federal de Santos determinou o bloqueio de imóveis e veículos pertencentes à organização, no valor de R$ 3 milhões.
Outras oito pessoas estão foragidas no Brasil e no exterior, de acordo com a Polícia Federal.
A investigação brasileira teve início em fevereiro de 2013, após um pedido de cooperação jurídica internacional vindo da Itália, relatando sobre a existência dessa organização. Desde o início da investigação, segundo a Polícia Federal, outras seis pessoas já tinham sido presas em flagrante no país.
Além de Brasil e Itália, segundo a PF, também foram cumpridos hoje mandados de prisão e de busca na Espanha, Portugal, Reino Unido, Holanda, Sérvia, Montenegro e Peru, com o apoio da Interpol e dos adidos da Polícia Federal na Inglaterra, Itália e Espanha.
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