Laudo aponta que arma de PM foi usada para matar jovens em Embu
Uma pistola da Polícia Militar que pertence a um soldado da corporação foi usada no assassinato de dois rapazes em Embu das Artes (Grande São Paulo), em 19 de janeiro do ano passado.
A conclusão está em laudo do Instituto de Criminalística concluído em 24 de março, obtido pela reportagem.
A arma estava em poder do soldado Gilberto Erick Rodrigues, do 37º Batalhão da PM. Dela, segundo o laudo, saíram três dos tiros contra os dois rapazes mortos.
Um terceiro rapaz saiu vivo do ataque. Nenhum deles tinha antecedente criminal.
O trio foi atacado por três homens em um escadão, a 100 m da 1º Companhia do 36º Batalhão, logo após deixar uma loja da cidade.
SUSPEITA
A suspeita da polícia é que Rodrigues integrava um grupo de extermínio que agia a mando de comerciantes locais contra supostos assaltantes. O advogado dele disse não saber da investigação.
A pedido da polícia, a Justiça decretou, no ano passado, a prisão de dois seguranças de um comércio local; um está preso até hoje e o outro, foragido.
Rodrigues está preso por outro crime: uma chacina de sete homens no Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, que ocorreu em 4 de janeiro de 2013. A prisão se deu cinco dias depois do assassinato dos dois rapazes em Embu.
Ele trabalhava no 37º Batalhão da PM, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
A exemplo do mais recente laudo do Instituto de Criminalística, a perícia do crime do Campo Limpo também constatou que os tiros haviam saído da arma do soldado Rodrigues.
Três balas encontradas no corpo das vítimas e outras três no chão eram da pistola .40 do policial militar.
Com base em testemunhas, a investigação apontou ainda que o carro usado no crime pertencia a outro policial militar, que estava de folga.
outro lado
O advogado Felipe Ballarin Ferraioli, defensor do soldado Gilberto Erick Rodrigues, disse que não sabia, até ser informado pela reportagem, que seu cliente era investigado pelas mortes em Embu das Artes.
"Não estou sabendo dessa investigação. Vou procurar ter acesso a esse inquérito para me posicionar sobre o caso", diz o advogado.
O advogado disse ainda que seu cliente não participou da chacina do Campo Limpo (zona sul).
"Ele não estava no local na hora, há testemunhas que comprovam isso, e não evidência nos autos que mostram de onde partiram os disparos que acertaram as vítimas", afirma.
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