PMs e manifestantes entram em confronto próximo a estação Butantã
Um grupo de manifestantes entrou em confronto com policiais militares por volta das 21h30 desta terça-feira durante novo ato anti-Copa em São Paulo. A confusão teve início quando o protesto começava a dispersar, já próximo a estação Butantã do metrô.
Homens da Tropa de Choque e da Força Tática cercavam a estação por volta das 22h. A Folha viu ao menos quatro manifestantes feridos. Dezenas foram detidos.
No horário, a PMs faziam barreira com escudos para impedir a entrada de pessoas na estação. O grupo no interior da estação fazia uma fila para passar pela revista da PM.
A situação no protesto, que começou por volta das 18h, na avenida Paulista, ficou mais tensa quando um grupo de "black blocs" depredou duas agências bancárias -uma do Santander e outra do HSBC- e jogou pedras contra os policiais. A polícia então revidou com cassetetes.
Ao todo, a polícia estima que o ato tenha reunido 1.500 pessoas. Com o confronto, muitos manifestantes correram em direção a estação Butantã do metrô. Um grande número de policiais também entrou na estação.
Antes de chegar a região do Butantã, alguns manifestantes já tinha pichado ônibus, muros e até um relógio de rua na avenida Rebouças. Também tinha sido lançadas bombas caseiras contra os policiais, que na ocasião não revidaram. Um PM atingido chegou a dizer à Folha que não se feriu.
PROTESTO
Assim como nos dois últimos atos contrários a Copa do Mundo, realizados na capital paulista, um grupo de manifestantes mascarados fez um cordão de isolamento que os deixa afastados dos policiais militares durante a maior parte do ato. Isso havia evitado confronto em outros atos.
Segundo a Polícia Militar, cerca de mil homens da corporação acompanham o protesto. Antes do início da passeata, os manifestantes fizeram faixas no vão livre do Masp. Um grupo chegou a queimar uma bandeira do Brasil no local.
Além de mensagens contra a Copa, as faixas carregadas pelos manifestantes também trazem mensagens contra a precariedade na saúde e lembram a pesquisa do Ipea sobre estupro afirmando que "nenhuma mulher merece ser estuprada e nem maltratada nos serviços de saúde".
Com a cobertura da mídia estrangeira, os manifestantes também começaram a fazer faixas com inscrições em inglês. Em um deles, a tradução é "se não tiver hospital, não vai ter Copa".
Grupo anti-homofobia também participa do ato com gritos de "as bi, as gay, as travas e as sapatão na luta organizada contra a Copa do patrão".
Alguns manifestantes também fizeram maquiagem muito parecida com ferimentos para denunciar a violência policial. Um grupo em bicicletas também participa do protesto.
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