Haitianos precisam ser regularizados antes de vir para SP, diz secretário
A Prefeitura de São Paulo pretende pedir para o governo federal que regularize a situação dos imigrantes haitianos antes de eles serem encaminhados para a capital. A solicitação será feita em uma reunião entre secretários paulistanos e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
A prefeitura chegou a dizer que a reunião aconteceria nesta segunda-feira, mas a informação foi negada pelo ministério. Segundo o secretário de Direitos Humanos de São Paulo, Rogério Sotilli, o pedido visa facilitar a inserção dos haitianos no mercado de trabalho.
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
O prefeito Fernando Haddad (PT) durante visita na paroquia Nossa Senhora da Paz, no centro. |
"É fundamental que eles venham com a documentação regular. Já recebemos mais de 400 haitianos sem os documentos, o que dificultou muito na emissão das carteiras de trabalho. Se eles forem regularizados lá o fluxo melhora e eles se inserem no mercado de maneira mais rápida", disse Sotilli.
Desde o fechamento de um centro de acolhida de imigrantes na cidade de Brasileia, no Acre, o fluxo de haitianos para São Paulo aumentou, segundo a prefeitura, consideravelmente. Eles deixam o Estado no norte do país em busca de emprego e melhor qualidade de vida no sudeste.
De acordo com o secretário, os imigrantes precisam chegar à São Paulo com CPF, passaporte regularizado e a carteira de trabalho. Para Sotilli, a reunião com o ministério da Justiça já deveria ter acontecido, porém problemas de agenda impossibilitaram o encontro.
"Esta é uma reunião que deveria ter acontecido antes. Assim teríamos melhorado as condições de recebimento dessas pessoas", afirmou Sotilli.
NOVO ESPAÇO
O secretário de Direitos Humanos participou nesta segunda-feira de uma visita do prefeito Fernando Haddad (PT) na Missão Paz – entidade ligada à Pastoral do Migrante – no centro de São Paulo. Lá, o petista visitou as instalações onde estão, provisoriamente, os haitianos e também uma futura instalação onde serão abrigadas uma nova leva de imigrantes.
O espaço, que fica em frente a paróquia no Glicério, tem a capacidade de abrigar cerca de 120 pessoas e será dividido em dois salões, um para abrigar mulheres e outro para os homens. O local deverá ser aberto amanhã.
Haddad voltou a defender um aumento na coordenação entre Acre e São Paulo para solucionar o impasse.
"Não temos condições de abrigar milhares de pessoas. Mas, se o fluxo for estabelecido de comum acordo e as condições de chegada estiverem previamente pactuadas, sobretudo a questão da documentação, não acontecerão outros problemas", disse o prefeito.
EMPREGO
Durante a visita, representantes de uma empresa que presta serviços à uma grande companhia de telefonia do país estiveram no local recrutando pessoas para atuar como instaladores. Cerca de 35 imigrantes foram selecionados para trabalhar.
Segundo um representante da empresa, eles ainda passarão por outro processo de seleção que irá avaliar, entre outras coisas, a proficiência em português. Haverá também um exame de saúde.
O salário médio é de R$ 800 mais benefícios. Os selecionados ainda passarão por um curso de capacitação fornecido pela empresa. Não há uma data para que os selecionados comecem a trabalhar.
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