Em dia de protestos por moradia, sem-teto fecham avenida na zona sul de SP
Cerca de 400 sem-teto bloqueiam na manhã desta quinta-feira (8) parcialmente a avenida Teotônio Vilela, no sentido centro, na zona sul de São Paulo. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), por volta das 7h30 o protesto estava concentrado próximo ao cruzamento com a avenida Atlântica.
De acordo com a Polícia Militar, a manifestação começou por volta das 3h na região a avenida Belmira Marin, também na zona sul de São Paulo.
Os sem-teto pedem mais investimentos em moradias. A CET pede para que, se possível, o motorista evite a região.
Esta manifestação na zona sul acontece no mesmo dia em que o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) fará ações conjuntas com o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) em diversos pontos da capital.
Os manifestantes se concentrarão em ao menos três pontos na cidade – Metrô Butantã, na zona oeste, estação Berrini da CPTM, na zona sul e na praça do Ciclista, na região da avenida Paulista, no centro da cidade.
Outras ações devem acontecer em São Paulo, porém, são mantidas em sigilo.
INAUGURAÇÃO
Às 15h, a presidente Dilma Rousseff vai inaugurar o Itaquerão, na zona leste, onde será iniciada a Copa do Mundo no dia 12 de junho. Há a expectativa de manifestações também para a região durante o evento.
O estádio fica a 4 km, em linha reta, da mais nova ocupação do MTST batizada de Copa do Povo. Cerca de 2.000 famílias sem-teto estão no local, segundo o movimento.
No final da tarde de ontem, a Justiça concedeu pedido de reintegração de posse do terreno, de cerca de 150 mil m2. A retirada das famílias, no entanto, depende de uma definição da Polícia Militar.
Lideranças sem-teto pressionam os vereadores a incluir no texto do Plano Diretor uma emenda que viabilize a desapropriação do terreno, invadido no último final de semana, para construção de moradias.
O relator do plano, que define as diretrizes para o crescimento da cidade, Nabil Bonduki (PT), disse que deve estudar essa possibilidade. O texto final deve ser votado novamente até o final do mês.
Por meio de nota o MTST, disse que deve recorrer da decisão da Justiça por considerá-la "injusta e descriteriosa".
"Foi publicado amplamente na mídia o fato da Viver Incorporadora, proprietária do terreno, mantê-lo fraudulentamente como área rural, sendo então tributada por ITR ao invés de IPTU. O resultado desta ação criminosa é uma sonegação violenta que faz com que a Empreiteira, que tem cerca de R$4 bilhões apenas em terras, pague R$57/anuais de imposto por um terreno de mais de 150 mil m2.", informou a nota.
Em caso de tentativa de despejo forçado pela Polícia haverá resistência organizada, garante os sem-teto.
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