Em meio a epidemia, agentes de combate a dengue entram em greve em Campinas
Terceira maior cidade de São Paulo, Campinas enfrenta a maior epidemia de dengue da sua história agora com agentes estaduais de combate à doença em greve.
Ligados à Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), do governo estadual, os agentes que fazem a nebulização na cidade decidiram paralisar as atividades por 48 horas a partir de hoje, quinta-feira (8).
Esses agentes são imprescindíveis no combate à proliferação da doença porque os agentes de controle ambiental da Prefeitura de Campinas já estão há quase um ano sem os equipamentos de proteção individual necessários. Ou seja, não saem às ruas para matar os mosquitos.
Segundo a Secretaria de Saúde do município, entre 30 e 39 agentes da Sucen fazem a nebulização na cidade, e 130 agentes municipais fazem o combate ao mosquito transmissor da doença –o recomendado pelo Ministério da Saúde são 260 pessoas.
Na cidade, o número de casos confirmados de dengue entre janeiro e abril é de 21.967, o equivalente a 1.965 a cada 100 mil habitantes. O número é 215% maior que o registrado em todo o ano passado e 92% que todo o ano de 2007, até então as duas maiores epidemias da história.
O secretário de Saúde de Campinas, Cármino de Souza, admite que a paralisação dos servidores da Sucen prejudicou os trabalhos. "Soubemos hoje pela manhã da paralisação e fizemos um esforço enorme para ver o que era possível a secretaria manter mesmo com a paralisação, mas não conseguimos fazer as nebulizações."
Essa é a primeira de uma série de paralisações que os servidores estaduais da Saúde pretendem fazer em todo o Estado.
Eles reivindicam que o aumento no prêmio de incentivo seja estendido a todos os 80 mil funcionários da pasta. Segundo o Sindsaúde, sindicato que representa os trabalhadores, cerca de 30 mil receberam o aumento.
Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo confirmou a paralisação de servidores administrativos em Campinas. "A pasta espera que os funcionários administrativos retornem ao trabalho para que a população não seja penalizada", informou.
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