Sindicalista vê disputa por poder como estopim para protesto de motoristas
Uma disputa por poder dentro do sindicato dos motoristas de São Paulo pode ter sido o estopim para a manifestação que fechou ao menos seis terminais de ônibus na manhã desta terça-feira (20) na capital. Sindicalistas ligados à atual gestão à frente da entidade dizem que o protesto foi orquestrado pela oposição.
Francisco Xavier da Silva Filho, diretor executivo do sindicato dos motoristas acredita na participação de pessoas "infiltradas". "Com certeza foi alguém infiltrado que não aceitou a perda [ das eleições] no ano passado. Eu até acho que quem parou pode ter sido algum oportunista que perdeu", afirmou.
A disputa pela presidência do sindicato dos motoristas foi tensa em meados do ano passado. O então oposicionista José Valdevan, o Noventa, chegou a parar diversos terminais de ônibus durante a campanha pelo cargo mais alto dentro do sindicato, que na época era ocupado por Isao Hosogi, o Jorginho.
O dia das eleições no sindicato o clima de guerra entre oposição e situação foi ainda mais evidente. Oito pessoas ficaram feridas na primeira tentativa de votação para a presidência, em julho. Alguns foram baleadas durante a confusão. O tumulto aconteceu em frente ao Sindmotoristas (Sindicato dos motoristas de ônibus), na região central da capital paulista.
A briga adiou a eleição que só foi acontecer em setembro do ano passado quando Valdevan venceu o pleito com 57% dos votos.
TERMINAIS FECHADOS
Pelo menos seis terminais de ônibus de São Paulo foram fechados por motoristas e cobradores nesta terça-feira (20). Segundo a SPTrans, os terminais Pirituba e Pinheiros, na zona oeste, e Princesa Isabel, na região central, foram travados pelos manifestantes. Também chegaram a ser fechados os terminais Cachoeirinha, Barra Funda e Dom Pedro.
De acordo com o sindicato da categoria, trata-se de um protesto de um grupo dissidente que não concorda com o acordo salarial fechado com as empresas de ônibus. A proposta acordada com as companhias prevê um reajuste salarial de 10%, além de aumento nos valores do vale-refeição e na participação nos lucros.
Os manifestantes pedem pelo menos 33% de reajuste salarial e vale-refeição de R$ 22 –atualmente o valor é de R$ 15,30– além de melhorias na cesta básica recebida e no plano de saúde.
Atualmente, o piso salarial de motoristas é de R$ 1.955, e o de cobradores, R$ 1.130. A proposta de reajuste salarial foi aprovada pela categoria em assembleia esta semana.
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