Grupo protesta em Copacabana contra mortes de policiais no Rio
Um grupo de 200 pessoas, formado por policiais e seus familiares, protestou no início da tarde deste domingo (25) contra as mortes registradas no Rio dos profissionais da área de segurança pública.
O ato, organizado pela cabo da Polícia Militar Flávia Louzada, homenageou policiais civis e militares mortos no Estado. "Não merecíamos, mas morremos assassinados", dizia uma faixa trazida pelos manifestantes.
"A nossa intenção é conscientizar a sociedade de que somos vítimas da mesma violência que estamos combatendo", disse Flávia.
Durante a manhã, os integrantes da marcha, a maioria familiares de policiais mortos, distribuíram folhetos na altura do Posto 6.
Já no início da tarde, o grupo percorreu cerca de quatro quilômetros da pista junto à orla, que fica interditada nos fins de semana para ser utilizada como área de lazer.
Com o apoio de um carro de som, alguns policiais e familiares falaram ao público sobre as mortes e as consequências psicológicas geradas por esses episódios.
Cíntia Nascimento, 29 anos, emocionou-se ao relatar a morte do cônjuge, o cabo do Batalhão de Choque, Leandro de Lima, morto em abril de 2013.
"Meu marido foi me buscar no curso preparatório para a polícia que eu estava fazendo. Ele havia comprado uma moto e queria me fazer uma surpresa. Quando desci, vi ele sendo abordado por dois homens e um terceiro estava dando apoio em um carro. Quando viram que ele era policial, o levaram. No carro, o mataram. Depois disso, não quero ser polícia", disse.
REIVINDICAÇÕES
Durante o ato, também foram feitas reivindicações para aumento salarial e melhorais nas condições de trabalho.
O policial reformado Alessander de Oliveira Santos, 34 anos, perdeu as duas pernas após ser atacado com uma granada na UPP Fallet-Fogueteiro, em 2011.
Ele afirma que tem dificuldades de fazer fisioterapia, pois a corporação só dispõe de um hospital especializado na área, distante do município onde mora. Mas afirma que mesmo após o ataque, ainda quer voltar a trabalhar na PM.
"Me reformaram por invalidez. Mas meu sonho é voltar a vestir a farda que amo. Queria trabalhar e sei que tenho condições de fazer um serviço na área administrativa, na sala de operações, por exemplo, mas não me chamam. Isso é o mais duro", desabafou.
Vestido com uma fantasia de policial, o menino Kauã Aquino, 11 anos, chamava a atenção ao segurar um cartaz com os dizeres: "Não quero uma bandeira e um herói morto. Quero proteção do Estado e um pai vivo".
Ele estava acompanhado do pai, o sargento Carlos Aquino, que já chegou a ser preso duas vezes, uma em 1997 e outra em 2011, em ações por melhorias salariais.
A Polícia Militar informou que 29 policiais militares morreram este ano no RJ. Desse total, sete estavam a serviço, e 22 de folga. Outros 70 ficaram feridos. Em 2013, foram 44 mortes.
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