Paes inaugura teleférico com um ano de atraso e moradores reclamam
Com 13 meses de atraso, a prefeitura do Rio inaugurou nesta quarta-feira (2) o teleférico da Providência. Segundo o prefeito Eduardo Paes, um embargo judicial por conta de moradores resistentes às remoções de suas casas foi o motivo de a obra não ter sido entregue em maio do ano passado.
Apesar dos transtornos, o prefeito se mostrou satisfeito com o bondinho que conta com 16 gôndolas que transportam dez pessoas, das quais duas em pé, e leva até mil passageiros por hora em cada sentido. São 721 metros de extensão ligados por três estações (Central do Brasil, Américo Brum e Gamboa). O governador Luiz Fernando Pezão participou do ato.
"É possível ver o Rio em 360 graus. Do bondinho, você enxerga a ponte Rio-Niterói, o relógio da central e o centro da cidade, além de outros pontos importantes", disse.
Fabio Teixeira/Folhapress | ||
O prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) e o governador Pezão (PMDB) na inauguração do teleférico |
Mesmo com a inauguração, nem todos estão contentes. Isto porque o projeto original contemplava um plano inclinado, espécie de elevador que ligaria a estação Américo Brum ao largo da Igreja, no ponto mais alto do morro. A obra foi retirada do projeto.
A comerciante Vera Lúcia Ferreira, que vende doces em frente ao Largo da Igreja, no ponto mais alto do morro, segundo ela, disse que para chegar àquele local há uma escada com mais de 200 degraus para subir. Passam por ali diariamente crianças, jovens e idosos. Para ela, não faz muito sentido o teleférico ter sua estação em um local abaixo. "Deveria ser aqui", disse.
Segundo a Cdurp (Companhia de Desenvolvimento Urbano, empresa da prefeitura), a decisão para a retirada do trecho no projeto foi rejeitado depois de reuniões com a comunidade.
Há ainda moradores que se negaram a deixar suas casas para a implantação do plano inclinado. É isto o que afirma o morador Eron Cesar dos Santos, 47. Ele se apresenta como "pessoa de apoio" da Comissão Contra Remoções Involuntárias que representa residentes de várias partes da Providência. O grupo conta com liminar da Defensoria Pública que, segundo ele, dá respaldo aos que não aceitam entregar suas moradias ao governo municipal.
"Tenho contato com pelo menos 20 pessoas que considera uma violência ter sua história de vida apagada por conta das remoções involuntárias [pessoas que não querem sair e sofrem pressão]", declarou Santos.
Durante a inauguração do teleférico, o prefeito informou que no prazo de dois anos a comunidade também será servida por outros meios, como o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que ligará a região do porto ao centro, e o BRT Transbrasil, que vai sair da avenida homônima, passar na Gamboa e fazer integração com o trem e metrô na Central.
Estas obras, bem como o prazo, estão ligadas à Olimpíada de 2016.
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