Após ato, comissão protocola reivindicações no gabinete da presidência
Cerca de 1.000 pessoas ligadas a movimentos sociais fizeram um protesto unificado em São Paulo nesta quinta-feira (3). O ato, que reuniu trabalhadores e professores da USP, sem-teto, sem-terra e metroviários, partiu do Largo da Batata, em Pinheiros, na zona oeste, e seguiu pelas avenidas Faria Lima e Rebouças até chegar na Paulista.
A pauta do ato era diversa e reunia reinvocações que iam desde moradia populares, reforma agrária, questões trabalhistas e a readmissão dos metroviários demitidos após a greve da categoria. Uma das principais bandeiras levantadas foi a libertação do estudante e funcionário da USP, Fábio Hideki Harano preso em um protesto contra a Copa do Mundo há 11 dias.
Uma comissão formada por dez pessoas foi recebida por assessores ligados a presidência da república.
Magno de Carvalho, diretor do Sintusp, disse que o sindicato enviará um documento à presidente Dilma Rousseff (PT) e ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para pedir a liberação de Hideki, preso durante protesto ocorrido na Paulista.
"A gente pediu que houvesse uma intervenção do governo federal para soltar o companheiro. Eles próprios [do gabinete da presidente] sugeriram que enviasse os documentos que nós vamos fazer junto com o nosso advogado. Serão encaminhados para a Dilma e para o Ministro da Justiça", afirmou.
Segundo Carlos Lopes, dirigente da FNL (Frente Nacional de Lutas) que também participou do encontro, o governo federal se comprometeu em regularizar oito áreas em São Paulo. "Tivemos a nossa pauta parcialmente atendida pelo Incra nacional. Algumas aéreas serão operacionalizadas para o assentamento de cerca de 2.500 famílias", afirmou Lopes.
O ativista liderou um grupo de 300 pessoas que marcharam de Assis (434 km de São Paulo) até a capital para participar deste ato. No total, a viagem durou cerca de 24 dias.
Antes do início da passeata, uma faixa da FNL que pedia a libertação dos políticos do PT presos no escândalo do mensalão gerou controvérsias com manifestantes da USP, que discordaram da pauta. Para que o ato seguisse unido, a faixa foi recolhida pelos membros da FNL.
A Tropa de Choque acompanhou a manifestação, mas não interveio. No momento em que os manifestantes bloquearam a Rebouças no sentido centro, motoristas chegaram a reclamar do bloqueio.
"Vão trabalhar, cambada de vagabundo", gritavam motoristas que desciam a Rebouças, no sentido oposto ao protesto.
Dividida em dois blocos, a manifestação contou com os sem terra na frente, seguidos pelos sem-teto do MTST e com trabalhadores e funcionários da USP e metroviários atrás.
Até crianças participaram do protesto. Fantasiada de médica, Giovanna dos Santos Bianchini, 9, puxou o coro "trabalhador Unido jamais será vendido". Ela chegou a subir no carro de som e pedir por mais saúde quando o ato chegou na avenida Paulista.
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