Sem-teto continuam acampados em prédio de construtora em SP
Um grupo de sem-teto ligado ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) passou a madrugada desta quinta-feira na área externa de um prédio onde funciona a sede da construtora Even, na região do Morumbi, zona oeste de São Paulo.
Mais cedo, o grupo chegou a ficar no saguão e até subir no terceiro andar do prédio, mas saíram pacificamente após pedido da polícia. A construtora ocupa três andares do prédio comercial.
Os sem-teto, que ocupam o local desde a tarde de quarta-feira (16), querem pressionar a construtora a chegar a um acordo para a aquisição do terreno onde está a ocupação Portal do Povo, na rua Doutor Luiz Migliano, na região do Morumbi. A área ocupada desde 21 de junho pertence à construtora, que já pediu a reintegração de posse.
Líderes do MTST dizem que cerca de 400 pessoas estão acampados na área externa do prédio, mas a PM estima 150. Muitos dos sem-teto dormem encolhidos em carros estacionados no local, em colchões espalhados pelo chão ou em barracas de lona plástica ou de camping. Para se proteger do frio da madrugada, alguns sem-teto levaram cobertores, lençóis e outros utilizaram bandeiras do movimento.
Quem não conseguia dormir passava o tempo conversando, jogando baralho e outros assistiam filme em uma TV instalada em uma área onde funciona uma lanchonete no prédio. A lanchonete estava fechada.
Enrolada em um cobertor vermelho estampado para se proteger do frio a educadora Marilene Souza, 50, andava de um lado para o outro conversando com colegas do movimento. A educadora, que mora de aluguel em Taboão da Serra, espera que a construtora abra um diálogo com movimento para aquisição do terreno ocupado no Morumbi.
"É um local de bastante especulação imobiliária, mas não quer dizer que não possa ter construção popular", disse Marilene.
No final da tarde de quarta-feira, os manifestantes se reuniram com representantes da empresa, mas as partes não chegaram em um acordo. O coordenador do movimento Clayton Veloso disse que a construtora deixou claro que não vai negociar a área invadida com o movimento. Veloso garante que o grupo só vai deixar o local se houver um acordo da empresa com o MTST.
" Estamos agindo pacificamente, dentro do nosso direito e não estamos ameaçando a integridade física de ninguém", disse.
Na rua lateral ao prédio, havia ao menos cinco carros da PM e uma base móvel com policiais que observavam à distância a movimentação dos sem-teto. Os PMs informaram que por enquanto não têm nenhuma previsão de reintegração de posse do local invadido.
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