Alckmin defende redução da vazão de água em hidrelétrica do rio Jaguari
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu nesta segunda-feira (11) a redução da vazão de água na usina hidrelétrica do rio Jaguari, o qual abastece São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro. A estiagem tem gerado um cabo de guerra entre o governo de São Paulo e o órgão que regula o sistema de eletricidade brasileiro.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) notificou na semana passada a Cesp (Companhia de Energia de São Paulo) por descumprir regra que determina uma maior vazão. A preocupação é de que o atual volume prejudique o sistema da Light, empresa responsável pela geração e distribuição de energia elétrica no Rio de Janeiro.
"Nós precisamos, em momentos de escassez hídrica, seguir a lei. A lei diz que, em primeiro lugar, a água é para abastecimento humano. Então, temos de priorizar o abastecimento das cidades, porque, para energia elétrica, há outras possibilidades, como termoelétricas. E ele é integrado ao sistema", disse Alckmin.
A Cesp tem liberado na hidrelétrica de Jaguari, desde quarta-feira (6), apenas um terço do volume de água determinado. Para o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a redução da vazão vai causar um "colapso" no abastecimento de água das cidades que ficam na bacia do rio Paraíba do Sul, além de reduzir a produção de energia das usinas instaladas neste rio.
O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Romeu Rufino, disse que uma investigação poderá ser aberta caso a Cesp não reverta a decisão. A empresa paulista pode ser advertida, multada em até 2% do seu faturamento ou até mesmo perder a concessão para operar a usina.
O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Mauro Arce, reclamou, no final de semana, da quantidade de água que está indo para a cidade do Rio. Para ele, essa destinação é muito maior que a necessidade para abastecimento humano, prejudicando inclusive a captação de água em cidades de Minas Gerais e do interior daquele Estado.
Segundo ele, São Paulo só vai aumentar o volume de água enviado dos seus reservatórios se for comprovadamente para o abastecimento humano em qualquer das regiões da bacia, seja em São Paulo, no Rio de Janeiro ou em Minas Gerais.
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