Licença de obra embargada na zona sul está regular, diz construtora
O Grupo Bueno Netto, responsável pelo Parque Global, diz não haver irregularidades no processo de licenciamento ambiental do projeto.
A Justiça suspendeu a licença emitida para o megaempreendimento em construção nas margens do rio Pinheiros, perto do parque Burle Marx, na zona sul de São Paulo. O projeto prevê torres residências de alto padrão, escritórios, hotel e shopping.
"Estamos absolutamente tranquilos. Temos todas as licenças e vamos recorrer da liminar", afirma Luciano Amaral, diretor do grupo.
De acordo com os advogados do grupo, a ausência de estudos ambientais está totalmente embasada na legislação em vigor.
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress | ||
Construção do empreendimento Parque Global, na zona sul de SP; Justiça suspendeu as obras no local |
"Passamos por todos os órgãos, e não nos foi exigido o EIA/Rima [estudos ambientais]", afirma Pedro Lima, diretor jurídico do Bueno Netto. "Não precisa ser feito EIA/Rima para áreas menores do que 100 hectares [1 milhão de metros quadrados]."
O Parque Global, segundo os construtores, terá cerca de 217 mil m² de área.
Sobre o córrego canalizado e a eventual destruição de mata ciliar, o grupo também nega ter havido desrespeito à lei. "Houve autorizações para a canalização", diz Lima.
A mata em área de proteção permanente estava degradada e, por isso, os órgãos públicos concordaram com a derrubada, segundo o grupo.
Amaral afirma que o Bueno Netto tem feito muito mais do que o exigido pelo Estado como compensação pela obra.
"Estamos investindo no ensino formal e profissionalizante dos moradores de Paraisópolis [favela próxima à construção]", afirma o diretor.
Editoria de arte/Folhapress | ||
Também fazem parte da compensação ambiental obras viárias na região, plantio de árvores e reforma de prédios públicos no centro de São Paulo, diz o grupo.
"A área, quando o projeto estiver todo implementado, vai ficar muito melhor do que estava antes."
O departamento jurídico do Bueno Netto entrou com uma queixa-crime contra o advogado, morador da região, que moveu uma ação contra o Parque Global.
A alegação é que houve manipulação de fotos no material enviado à Justiça. "Não havia mata no local, como mostram as fotos."
A Cetesb, procurada, não comentou os problemas apontados pela Justiça na licença emitida para o projeto.
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