Cadu teve alterações de comportamento antes de crimes, diz relatório
Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 28, demonstrou alterações de comportamento uma semana antes de ser preso, nesta segunda-feira (1º). A informação é atribuída ao pai de Cadu em um relatório interno da Secretaria de Saúde de Goiânia ao qual a Folha teve acesso.
Assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele Raoni, em 2010, Cadu é suspeito de um latrocínio (roubo seguido de morte) e outra tentativa ocorridos em Goiânia nos dias 28 e 31 do mês passado.
O relatório informa que a equipe do Caps Vida, onde Cadu fazia tratamento para esquizofrenia há um ano, notou que no último dia 25 de agosto ele apresentou "emagrecimento e tremores nas mãos". Questionado, Cadu teria dito que eram resultado do "excesso de atividades", como trabalho e estudos.
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Cadu, assassino confesso do cartunista Glauco, é preso por suspeita de latrocínio pela polícia de GO |
Ainda segundo o relatório, em 26 de agosto o pai de Cadu, Carlos Grecchi, ligou para o Caps Vida para dizer que o filho "estava passando o dia todo fora de casa e com alterações de comportamento".
A equipe tentou contato com Cadu, sem sucesso. Pelo pai dele, agendou uma consulta para o dia 27.
Nessa data, Cadu compareceu ao Caps "se apresentando orientado, consciente, sem agitação psicomotora" e confirmou que estava tomando a medicação prescrita, segundo o relatório.
O primeiro latrocínio do qual Cadu é suspeito ocorreu no dia seguinte. "Foi uma recaída muito rápida", disse à Folha o coordenador da saúde mental do município, o psiquiatra Sérgio Nunes.
Segundo ele, o relatório é interno. Foi escrito pela equipe do Caps que tratava de Cadu e enviado para ele anteontem (2).
O médico diz que, desde agosto de 2013, Cadu fez 34 sessões de terapia cognitivo comportamental com uma psicóloga. Além disso, tinha consulta com psiquiatra a cada dois meses, ao lado do pai.
Procurado, o pai de Cadu não quis falar com a reportagem.
PRISÃO
Cadu foi detido ao lado de um comparsa, que dirigia outro veículo roubado. Os carros eram das duas vítimas de latrocínio. Para a polícia, Cadu está envolvido nos crimes. Ele nega, mas diz que sabia que os carros eram roubados.
O juiz Gustavo Dalul Faria, da 5ª Vara Criminal, decretou a prisão preventiva de Cadu. Na decisão, diz que testemunhas afirmam tê-lo visto roubando os dois carros e efetuando os disparos que mataram a vítima do dia 31.
Cadu foi transferido ontem (3) da carceragem da delegacia de homicídios para o Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia.
Procurado, o advogado de Cadu, Sérgio Divino Carvalho Filho, não atendeu o celular.
Em 2011, após confessar a morte do cartunista Glauco e do filho dele, a Justiça considerou Cadu inimputável por ser esquizofrênico. Ele ficou internado até agosto de 2013, quando foi autorizado a se tratar em liberdade.
Segundo o Paili, o relatório oficial de agosto mostra quadro "positivo" de Cadu.
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