Chefe do COE e mais 21 PMs do Rio são presos suspeitos de cobrar propina
A cúpula da segurança do Rio prendeu na manhã desta segunda-feira 22 policiais militares sob acusação de cobrança de propina de comerciantes, mototaxistas, motoristas de cooperativas de vans e de empresas transportadoras de cargas, na zona oeste carioca.
Entre os presos estão o chefe do Comando de Operações Especiais (COE) da PM, coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira e o subcomandante do 3º Batalhão do Méier, major Carlos Alexandre de Jesus.
Oliveira é considerado o terceiro homem na hierarquia da PM. Ele foi preso em casa, no Leme, zona sul da cidade. Antes de ficar à frente do COE, ele comandou o Batalhão de Bangu. Agora, é apontado pela investigação como chefe da quadrilha.
Pablo Jacob/Agência O Globo | ||
Operação prende o coronel da PM Alexandre Fontenele comandante do COE |
Além de Oliveira e Jesus, outros três oficiais foram presos sob acusação de envolvimento no crime. Coordenador de operações do 14º Batalhão de Bangu, o major Edson Alexandre Pinto de Goes ainda é procurado. Na casa dele foram apreendidos R$ 287 mil em espécie.
A operação é coordenada pela inteligência da Secretaria de Segurança e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio.
A denúncia foi encaminhada pelo Gaeco à 1ª Vara Criminal de Bangu, que expediu 43 mandados de busca e apreensão e 25 mandados de prisão preventiva, dos quais 24 são contra PMs.
Em nota, o Ministério Público informou que durante dois anos, de 2012 a 2013, os suspeitos praticavam crimes de concussão (extorsão cometida por servidor público) na zona oeste.
"A quadrilha exigia propinas que variavam entre R$ 30 e R$ 2.600 e eram cobradas diária, semanal ou mensalmente, como garantia de não reprimir ações criminosas de mototaxistas, motoristas de vans e kombis não autorizadas, transporte de cargas em situação irregular ou a venda de produtos piratas no comércio popular de Bangu", disse.
De acordo com o Ministério Público, as denúncias foram baseadas em depoimentos de testemunhas, documentos e diálogos telefônicos interceptados com autorização judicial que compõem mais de 20 volumes de inquérito.
"O 14º Batalhão de Bangu foi transformado em um verdadeiro 'balcão de negócios', em que os 'lucros' eram provenientes de arrecadação de propinas por parte de equipes policiais, sendo que a maior parte da propina era repassada para os oficiais que comandavam a quadrilha", afirma em nota.
Os acusados responderão na 1ª Vara Criminal de Bangu pelo crime de associação criminosa armada, do Código Penal Militar. A pena é de dois a seis anos de prisão. Eles também podem responder pelos crimes de concussão. A Folha tentou localizar os advogados dos presos, mas eles não foram encontrados.
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