Cardozo vai a Santa Catarina para discutir onda de violência no Estado
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, está a caminho de Santa Catarina para encontrar-se com o governador Raimundo Colombo (PSD) para discutir a crise na segurança no Estado.
O governo estadual pediu ajuda ao federal porque há falta de vagas no sistema prisional local. A onda de ataques criminosos já atingiu 26 cidades do Estado desde a sexta-feira da semana passada (26).
Segundo a Polícia Militar, até as 19h desta sexta foram registradas 70 ocorrências em 26 cidades. Outros nove casos foram contidos por meio do serviço de inteligência das polícias e monitoramento das ações, segundo o governador em exercício, Nelson Schaefer Martins.
Os ataques, de acordo com o governo, foram orientados a partir do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. É a terceira onda do gênero, emulando episódios de 2012 e 2013.
"Já efetuamos 44 prisões e já identificamos mandantes dos crimes de dentro e de fora das penitenciárias. Agora, com a ajuda do ministro da Justiça, faremos o encaminhamento adequado", disse o governador em entrevista à imprensa nesta tarde.
De acordo com Martins, a causa dos ataques é o "sufoco econômico" imposto aos criminosos. A Secretaria de Segurança Pública afirma que a apreensão de armas dobrou entre 2011 e 2014. Além disso, em três meses, também foram apreendidas três toneladas de drogas.
Cardozo poderá oferecer reforço da Força Nacional, unidade federal especializada em policiamento ostensivo e controle de distúrbios. Com ele viajam o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e a secretária de Segurança Pública do ministério, Regina Miki.
Guto Kuerte/Agência RBS/Folhapress | ||
Novos ataques foram registrados em Santa Catarina nesta semana |
ROTINA AFETADA
O comércio catarinense registra queda nas vendas e três universidades públicas suspenderam as aulas à noite por causa da série de ataques.
A nova onda de violência –comparável às de 2012 e do ano passado– fez com que os ônibus deixassem de circular na Grande Florianópolis entre 19h e 6h30.
Por isso, lojistas de shopping, que atendem até as 22h, têm criado alternativas para levar funcionários para casa.
Com menos gente nas ruas à noite, as vendas no comércio caíram 50%, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas.
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